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Categorias: Brasil
| Em 10 anos atrás

Lula distribui alfinetadas a adversários e críticas à imprensa

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Belo Horizonte – O ex-presidente Luiz Inácio Lula usou boa parte de seu discurso de cerca de 40 minutos no evento de comemoração dos 35 anos do PT para distribuir alfinetadas a adversários e críticas à imprensa. Sem citar nomes, o presidente de honra da legenda entremeou a história da legenda desde sua fundação com diversas indiretas aos tucanos que, segundo o petista, não “querem mais esperar outra derrota” nas urnas e “apostam no caos” buscando “atalhos para o poder”.

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Apesar de a maior parte das falas terem sido lidas, Lula manteve a tradição e ao menos a abertura de suas declarações foi feita de improviso. E usou este momento para comparar as investigações em torno de desvio de recursos da Petrobras com o mensalão, criticando a condução do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para depor nas investigações da Operação Lava Jato mediante ordem judicial.

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“Ontem fiquei indignado. Tenho que ter cuidado para não passar aqui, nessa festa de 35 anos, a indignação. (Mas) seria mais fácil a Polícia Federal convidar nosso tesoureiro para se apresentar. Seria muito mais simples dizer que estou vendo o mesmo ritual que começou em 2012 no que chamaram de mensalão”, disse. E direcionou críticas também à imprensa, que, de acordo com ele, mantém “um ritual” com renovação semanal de assuntos para atacar o PT.

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Mas Lula direcionou mesmo suas baterias contra a forma como o partido tem sido tratado principalmente a partir da última campanha eleitoral, classificada pelo ex-presidente como “a mais difícil” enfrentada pela legenda. “Certamente, a mais suja. Aquela em que nossos adversários utilizaram as piores armas para tentar nos derrotar. Tentaram fraudar a vontade política da maioria, usando todos os seus recursos de comunicação para manipular, distorcer, falsear e até inventar episódios contra nosso partido, nosso governo e nossa candidata”, disparou.

E, de acordo com o presidente, a derrota “despertou os mais baixos instintos” dos adversários. “Tiveram a ousadia de pedir recontagem dos votos, como se o Brasil ainda fosse aquela república das eleições a bico de pena. Tentaram impugnar a prestação de contas da campanha e barrar a diplomação da presidenta. Tentaram criar um ambiente de inconformismo com o resultado que se recusam a aceitar democraticamente”, enumerou. E ressaltou que “a luta não acabou”. “Nossos adversários não podem dizer qual é o seu projeto, porque é antinacional, contrário ao desenvolvimento. Eles só podem atacar o PT e o nosso governo com as armas da irracionalidade e do ódio”, salientou.

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E, em meio à leitura de trechos do manifesto de fundação do PT, relacionou as mudanças pelas quais o País passou após o partido chegar ao governo federal. Sem pontuar ações adotadas por Dilma nos primeiros dias do atual mandato criticadas por entidades sindicais e movimentos sociais, Lula fez uma comparação com o tratamento de um câncer pelo qual passou para defender medidas “duras” e “amargas” para “garantir avanços”. Ao citar as sessões de quimioterapia e radioterapia a que teve que se submeter, disse que não houve “nada pior” na vida. “Mas era disciplinado e precisava para estar aqui bonitão”, brincou.

Lula ainda deu um recado aos companheiros dizendo que “o verdadeiro problema do PT é que ele se tornou um partido igual aos outros”, conclamando os correligionários a manter os ideais de fundação da legenda. E garantiu que o partido jamais vai “trair o compromisso com o povo ignorante, que o príncipe da Sociologia tratou assim”, em clara referência a seu antecessor na Presidência da República, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso.

(Estadão Conteúdo)

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