Categorias: Economia

Lucro do BB cresce 54,2% em 2017 com queda de provisão contra calote

O Banco do Brasil viu seu lucro líquido ajustado -que exclui efeitos de receitas e despesas extraordinários- crescer 54,2% no ano passado, para R$ 11,1 bilhões, com redução da provisão contra calotes de clientes e aumento das receitas com prestação de serviços.

O banco, o maior do país em ativos, informou nesta quinta (22) que seu lucro líquido cresceu 82,5% no quarto trimestre, para R$ 3,188 bilhões.

Paulo Caffarelli, presidente do BB, atribuiu o bom desempenho do banco público no ano à contenção de despesas e melhora do cenário de inadimplência no país, que possibilitou que o Banco do Brasil cortasse as provisões mantidas contra devedores duvidosos.

Em 2017, as reservas contra inadimplência de clientes caíram 19,9% na comparação com o ano anterior, para R$ 25,3 bilhões. Em um ano, a redução foi de quase R$ 6,3 bilhões.

“Trabalhamos muito a questão de como vai se formar o mix da carteira de crédito. Não crescemos em pessoa jurídica no ano passado, tínhamos safras ruins [de risco] e fizemos um clean up [limpeza] das operações com large corporate [grandes empresas]”, afirmou Caffarelli. “É um trabalho focado que vamos fazer neste ano”.

A decisão de reduzir a provisão ocorreu mesmo com uma leve alta da inadimplência no banco na comparação anual. O BB encerrou 2017 com índice de atrasos acima de 90 dias em 3,74% -um ano antes, estava em 3,29%. Mas a trajetória é de queda, considerando o pico de 4,11% no segundo trimestre do ano.

O resultado do banco foi ajudado pelo crescimento de 9% das receitas com prestação de serviço, para R$ 25,9 bilhões. A receita com conta corrente cresceu 11,7% na base anual, enquanto a com administração de fundos avançou 26,5%.

O banco também enxugou despesas no ano passado. No ano passado, as despesas administrativas do banco caíram 3,1%, para R$ 31,8 bilhões. As despesas com pessoal recuaram 6,2%, para R$ 18,98 bilhões, com diminuição no quadro de funcionários (-1.461).

O retorno sobre patrimônio líquido cresceu de 8,7% para 12,3%. “Não estamos satisfeitos com a rentabilidade. Nosso grande objetivo é reduzir o GAP que temos hoje com os outros competidores”, diz. “Estamos felizes com o resultado, mas demos o primeiro passo. Outros passos vêm na sequência. Nós queremos reduzir drasticamente a distância que nós temos com nossos competidores.”

Crédito

Assim como foi visto em outros bancos, o BB registrou queda na carteira de crédito. A redução foi de 3,8% em relação a 2016, para R$ 681,3 bilhões. No segmento pessoa física, a carteira ficou estável em R$ 187,4 bilhões.

O banco priorizou linhas consideradas mais seguras, como consignado, que cresceu 6,4% no ano, para R$ 67,5 bilhões. Também focou no crédito imobiliário, que avançou 6,4% em 2017, para R$ 44,6 bilhões.

“Somos o segundo maior aplicador de financiamento imobiliário no país, continuamos empenhados nisso. Não tem produto mais fidelizador do que financiamento imobiliário”, afirma Caffarelli. O foco neste ano deve continuar nessas linhas de menor risco, e também no empréstimo pessoal e na linha de cartão de crédito.

O financiamento de veículos recuou 27,5% em um ano, para R$ 14,8 bilhões. Mas o presidente do BB afirma que o banco mantém o foco no segmento. “Nós estamos construindo um modelo que julgamos ser o modelo do futuro. Nós financiamos veículos. Metade dos nossos financiamentos de veículos acontece por meio do celular”, diz.

No crédito para empresas, o banco viu sua carteira de crédito diminuir 8,9%, para R$ 227 bilhões. Para médias e grandes empresas, a queda foi de 2,2%, para R$ 139,2 bilhões. No segmento de micro e pequenas empresas, o recuo foi de 31,5%, para R$ 47 bilhões.

“Muito que teve de redução da carteira se deu em função do volume de inadimplência que a gente teve lá atrás, perdas, e o próprio conservadorismo do banco em um cenário em que essas empresas são menos resilientes a uma crise do tamanho que foi a crise do país”, diz Caffarelli.

Ele afirma que o banco busca atuar com as empresas que entende ter capacidade de pagamento. “Estamos fazendo um trabalho muito forte de ligar para associações de cartões de crédito, de filiação, que a gente possa ter neste sentido. E isso vai refletir a partir deste ano”, complementa.

A expectativa é que o crédito para essas pequenas empresas volte a crescer no segundo trimestre do ano, afirma Marcelo Labuto, vice-presidente de negócios de varejo do BB. “Esperamos que atinja o patamar mínimo em março e comece a crescer, seguindo a mudança de mix implementada desde o começo do ano passado”, diz.

Para Caffarelli, o cenário de retomada econômica deve fazer com que os bancos se tornem mais competitivos neste ano. “2018 vai ter uma retomada do crescimento, uma retomada do consumo. Então é natural que alguns bancos voltem para o jogo de uma forma mais competitiva. A gente está vendo isso no consignado, em micro e pequenas empresas”, disse.

Em 2018, o banco espera lucro entre R$ 11,5 bilhões e R$ 14 bilhões. A projeção é de crescimento de 1% a 4% da carteira de crédito, puxado pelo segmento de pessoas físicas (avanço de 4% a 7%). (Folhapress) 

{nomultithumb}

Thais Dutra

Notícias Recentes

Proposta estratégia para ampliar RPPNs em Goiás com fundo composto por multas ambientais

Modelo prevê fundo composto pelo dinheiro de multas por danos ao meio ambiente beneficiando reservas…

15/08/2024

Procon aponta variação de mais de 99% no preço das fraldas descartáveis infantis, em Goiânia

Na capital, o preço da fralda descartável infantil pode ter variação de preço superior a…

15/08/2024

Empresário Arni Spiering morre em queda de avião bimotor em Apiacás, MT

Na manhã desta quinta-feira (15), um avião bimotor King Air caiu na zona rural de…

15/08/2024

Ministério da Saúde negocia compra emergencial de 25 mil doses de vacina contra mpox

O Ministério da Saúde (MS) anunciou, nesta quinta-feira (15), a negociação da compra emergencial de…

15/08/2024

Gustavo Mendanha é anunciado como coordenador da campanha de Leandro Vilela em Aparecida

Na manhã desta quarta-feira (15), o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, foi anunciado…

15/08/2024

Em Goiás, o comércio varejista cresce pelo 7º mês seguido

O comércio varejista em Goiás cresceu pelo sétimo mês seguido, com alta de 5,9%, na…

15/08/2024