O lucro abaixo do esperado reportado pela Petrobras no terceiro trimestre desapontou o mercado e se refletiu em uma queda de 8% das ações da estatal, que arrastaram a Bolsa brasileira pra terreno negativo nesta terça (14).
Os papéis mais negociados da petrolífera caíram 7,75%, para R$ 15,35. As ações com direito a voto desabaram 8,18%, para R$ 16,05.
Como resultado, o Ibovespa, índice das ações mais negociadas, recuou 2,27%, para 70.826 pontos, no menor nível desde 23 de agosto.
A Petrobras liderou as perdas do Ibovespa. A estatal divulgou, na noite de segunda-feira, lucro de R$ 266 milhões no terceiro trimestre, bem abaixo do esperado pelo mercado -analistas consultados pela agência internacional Bloomberg estimavam o lucro em R$ 3,56 bilhões.
Segundo a empresa, a diferença se deveu a fatores não recorrentes, como a adesão a programas de regularização tributária e provisão para contingências judiciais, que impactaram o resultado negativamente em R$ 2 bilhões.
“Com mais um resultado abaixo do esperado pelos agentes do mercado, era esperado que um ajuste pontual no preço da ação se materializasse. Mas, apesar disto, continuamos otimistas com a empresa e sua gestão, que tem mostrado grande grau assertivo desde a crise que se abateu sobre a empresa”, afirma, em relatório, Pedro Galdi, analista-chefe da Magliano Corretora.
“A gente avalia que o fato de a empresa estar fazendo os ajustes é positivo. Quando fizer o IPO [oferta pública inicial de ações] da BR Distribuidora, teremos uma melhor relação entre Dívida/Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização]”, complementa.
PREVISÕES
Os papéis da estatal também foram afetados pela desvalorização acima de 2% dos preços do petróleo no exterior nesta sessão.
Pesaram ainda previsões de aumento da produção nos Estados Unidos e por um cenário menos otimista para o crescimento da demanda pela AIE (Agência Internacional de Energia).
Os investidores ainda aguardavam novidades em relação à reforma da Previdência. “O prazo está muito apertado. O Congresso emendou a semana toda. Para o texto ser aprovado e ir ao Senado, faltam poucos dias. Isso gera um movimento de aversão ao risco”, diz Galdi.
No exterior, o dólar perdeu força em relação a 18 das 31 principais moedas mundiais, em meio a dúvidas sobre a reforma tributária do americano Donald Trump.
No Brasil o movimento foi de valorização da divisa americana. O dólar comercial subiu 0,42%, para R$ 3,312, maior nível desde 30 de junho. O dólar à vista avançou 0,15%, para R$ 3,302.
(FOLHA PRESS)
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