Os líderes dos partidos Republicano e Democrata da Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos disseram nesta quinta-feira (16) não ver sinais de que o presidente foi “alvo de vigilância” pelo governo durante a campanha eleitoral do ano passado.
A afirmação foi feita em comunicado conjunto pelo senador republicano Richard Burr e pelo democrata Mark Warner, sem dar mais detalhes.
A declaração aumenta o isolamento de Trump, que acusou, por meio das redes sociais e sem apresentar provas, o seu antecessor, Barack Obama, de ordenar o monitoramento das telecomunicações na Trump Tower, quartel-general da equipe de campanha de Trump, em Nova York. O democrata nega as acusações.
Na quarta-feira (15), os líderes da Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados disseram não acreditar que Trump tenha sido grampeado.
A investigação no Congresso sobre os supostos grampos foi aberta a pedido da Casa Branca após o presidente fazer as acusações contra seu antecessor.
O Departamento de Justiça tinha até a última segunda-feira (13) para entregar ao Comitê de Inteligência da Câmara documentos que comprovassem a suposta espionagem contra Trump. O órgão, no entanto, pediu mais tempo, e o comitê esticou o prazo por uma semana.
Assessores do presidente, porém, vêm sugerindo que as declarações de Trump sobre a suposta espionagem não deveriam ser tomadas literalmente. Na segunda (13), o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o presidente não quis dizer que Obama havia pessoalmente ordenado a instalação de grampos nos telefones da Trump Tower.
Em entrevista à emissora Fox News que foi ao ar nesta quarta-feira, Trump disse que ficou sabendo da suposta espionagem na Trump Tower por meio de reportagens nos veículos de comunicação, dentre eles a própria Fox e o jornal “The New York Times”.
“Bem, eu tenho lido coisas”, afirmou o republicano. “Eu disse, espera um pouco, estão falando um monte de coisas sobre grampos.”
Questionado se não seria melhor ter confirmado as informações com as agências de inteligência antes de fazer acusações, Trump respondeu: “Claro, claro, mas eu francamente acho que temos muitas coisas agora. Eu penso que se você assistisse [ao repórter da Fox] sobre grampos, e a forma como mencionam a palavra ‘grampos’, você ficaria bastante confiante de que você pode usar este termo.”
Trump também declarou que o governo “apresentará coisas à Comissão [de Inteligência da Câmara] muito em breve”. “É potencialmente uma situação muito séria”. (Folhapress)