O Movimento Brasil Livre (MBL) consolidou o apoio ao pré-candidato à Presidência Sérgio Moro e iniciou a migração de suas lideranças ao Podemos, partido que abriga o ex-juiz na corrida presidencial. O deputado estadual Arthur do Val, a coordenadora do MBL Adelaide Oliveira e o vereador de São Paulo Rubinho Nunes participaram da filiação à legenda nesta quarta-feira, 26, todos com objetivo de disputar um cargo na Câmara. O deputado federal Kim Kataguiri assinou a ficha de forma simbólica enquanto aguarda alternativa para deixar o DEM antes da janela partidária.
Arthur do Val, pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou que o MBL vai trabalhar “noite e dia” para impulsionar a candidatura de Moro e disse que a “terceira via” nasceu em São Paulo. Também estiveram presentes no evento o ex-ministro de Jair Bolsonaro general Santos Cruz, filiado ao Podemos em novembro, a presidente do partido, a deputada Renata Abreu, e o deputado federal André Janones (Avante).
Em um clima semelhante ao último evento do MBL, quando Moro já havia sido apresentado como o “próximo presidente do Brasil”, o ex-juiz foi ovacionado pelos presentes no Teatro Renaissance, em São Paulo. O pré-candidato criticou o PT e voltou a apresentar uma pauta anticorrupção e disse “não poder perder São Paulo” na corrida eleitoral. “A gente precisa colocar nossa bandeira aqui no Estado de São Paulo”.
Moro celebrou a aliança e, junto aos demais membros do MBL, pautou seu discurso em conquistar um público chamado de “jovem” e “esperançoso”, com diversas referências a movimentos de rua a partir de 2013. O ex-juiz disse que a ocasião não celebra uma união entre partidos, mas entre “movimentos, partidos e pessoas” além de “setor privado e sociedade civil.”
Vem pra Rua
Além do MBL, Moro dialoga também com o movimento Vem pra Rua. Nesta quarta-feira, ele assinou com o grupo uma carta de compromisso onde promete o fim da prisão em segunda instância, do foro privilegiado e da reeleição para o cargo de presidente.
Já o MBL recebeu do Podemos a garantia de “independência” para os membros do movimento. Rubinho Nunes destacou a “liberdade para o MBL atuar dentro do partido” como um dos atrativos para a filiação do grupo.
Mirando o presidente Jair Bolsonaro, Santos Cruz defendeu que as Forças Armadas não devem participar da política institucional. “Vi milhares de pessoas morrendo por violência de origem política. E sempre os líderes covardes não são eles que morrem. O fanatismo sempre termina em violência”, disse, citando “milícias da internet” que, segundo ele, praticam “o que se pratica em todos os regimes totalitários pelo mundo”. “Passando por todos os ismos até chegar no bolsonarismo.”
Deputado federal cotado para a disputa presidencial, Janones desejou sucesso a Arthur do Val e Moro. “Nós temos projetos diferentes a nível nacional, mas o mesmo que eu disse ao MBL eu digo a você. Nosso objetivo é um só, o bem do País”, afirmou. (Por Gustavo Queiroz/Estadão Conteúdo)