O Palmeiras venceu o Peñarol por 3 a 2 nesta quarta-feira (26), em partida válida pela quarta rodada da fase de grupos da Libertadores. A despeito da vitória de virada, a partida terminou em violência generalizada, com jogadores trocando agressões, assim como os torcedores nas arquibancadas do estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu.
Pressionado pela desclassificação no Paulista, o técnico Eduardo Baptista tentou inovar e escalou três zagueiros de ofício no time titular pela primeira vez.
Debaixo de críticas, recuou o time.
Desacostumados com o esquema, Edu Dracena, Mina e Vitor Hugo erraram diversas vezes no posicionamento; o meio de campo do time, composto por Felipe Melo, Guerra e Michel Bastos, teve os jogadores distantes entre si e pouco criou, deixando isolados os atacantes Borja e Róger Guedes.
Tudo deu errado no primeiro tempo, e o time saiu com desvantagem de 2 a 0.
Baptista, então, voltou ao habitual 4-1-4-1 no segundo tempo e colocou o atacante Willian, 30, que “salvou a pele” do treinador.
A chegada de Willian ao Palmeiras aconteceu como um negócio de oportunidade. Desanimados com o andamento das negociações com o Atlético Nacional (COL) pelo badalado Borja, os dirigentes decidiram contratar Willian para que o time tivesse mais uma opção ofensiva com velocidade. Pouco depois, Borja voltou a surgir como possibilidade e foi contratado por mais de R$ 30 milhões pela patrocinadora Crefisa.
Por uma ironia do destino, Willian, acostumado a ser coadjuvante ao longo da carreira, decidiu virar protagonista no time alviverde. Nesta quarta-feira (26), entrou no segundo tempo e anotou dois gols na virada palmeirense por 3 a 2 contra o Peñarol no Uruguai. Ele é o artilheiro do time na temporada, com oito gols marcados, o dobro em relação a Borja.
Aos quatro minutos, deu chapéu em adversário e acertou chute no ângulo adversário, dando início à reação.
Aos 17, Mina cabeceou cruzamento de longa distância e empatou o placar.
Dez minutos depois, Willian recebeu passe e, sem goleiro, sacramentou a virada. O lateral Jean foi autor das três assistências para gol.
Com o resultado, o Palmeiras chegou a dez pontos e praticamente garantiu a classificação para a próxima fase. Jorge Wilstermann (6), Tucumán (4) e Peñarol (3) também brigam por uma vaga nas oitavas de final. O Palmeiras enfrenta o Wilstermann na próxima quarta (3), na Bolívia.
VIOLÊNCIA
Ao fim do jogo, jogadores de Palmeiras e Peñarol trocaram agressões. O volante Felipe Melo, que no passado deu declaração polêmica sobre uruguaios, deu um soco no rosto de jogador adversário. Segundo informações do canal SporTV, o goleiro Fernando Prass saiu de campo com a boca sangrando e Willian teve ferimentos no rosto.
Nas arquibancadas, torcedores uruguaios tentaram invadir o setor em que estavam os palmeirenses e atiraram objetos como latas de lixo e pedaços de metal.
PEÑAROL
Guruceaga; Petryk (Rossi), Quintana, Villalba e Hernández; Alex Silva (Ángel Rodríguez), Nandez, Novick (Dibble), Cristian Rodríguez; Junior Arias e Affonso. Técnico: Leonardo Ramos
PALMEIRAS
Fernando Prass; Yerry Mina, Edu Dracena e Vitor Hugo; Jean, Felipe Melo, Guerra e Egídio; Michel Bastos; Róger Guedes (Keno) e Miguel Borja. Técnico: Eduardo Baptista
Local: estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, Uruguai
Juiz: Roddy Zambrano Olmedo (EQU)
Cartões amarelos: Nandez e Alex Silva (PEÑAROL); Felipe Melo, Edu Dracena e MIguel Borja (PALMEIRAS):
GOLS
Peñarol: Affonso, aos 12, e Junior Arias, aos 39min do primeiro tempo
Palmeiras: Willian, aos 4, Yerry Mina, aos 17, e Willian de novo aos 27min da segunda etapa