O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi liberado nesta quinta-feira (19) pela equipe médica do Hospital Sírio-Libanês e retornou para Brasília após uma tomografia confirmar que ele estava em boas condições. Nesta sexta-feira (20) o presidente deve receber 39 ministros em almoço no Palácio da Alvorada, em um momento interpretado como balanço anual.
Havia rumores de que os planos eram de uma confraternização com a equipe na Granja do Torto, mas o presidente foi desaconselhado diante das observações médicas. Lula terá que observar algumas restrições, entre as quais evitar exercícios físicos.
Durante uma das reuniões ministeriais mais recentes, ocorrida em junho deste ano, o presidente e seus ministros se reuniram por nove horas. Diante do cenário de recomendação de repouso para o presidente, desta vez, a expectativa é que o encontro dure menos tempo. Além disso, a previsão em Brasília é de que apenas os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Fernando Haddad (Fazenda) falem durante o encontro dessa sexta.
Membros do governo acreditam que o encontro pode ser uma boa oportunidade para o governo organizar a agenda do próximo ano. Além disso, a oportunidade pode ser boa para uma abordagem sobre a alta consecutiva do dólar. A moeda chegou a bater R$ 6,28 nesta quinta-feira, o que é visto por alguns como reflexo da desconfiança do mercado sobre a política fiscal do governo e por outros como retaliação à forma como a política econômica é conduzida.
De acordo com a CNN Brasil, aliados do presidente reclamam que “o ministro da Fazenda está isolado e que a articulação política pouco atuou para diminuir o mau-humor do Congresso durante as negociações”. Segundo fontes da CNN, Rui Costa e Haddad chegaram a entrar em rota de colisão por conta do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil reais.
A fala do presidente sobre a política fiscal ao Fantástico da Tv Globo, no domingo (15), também tem sido alvo de críticas veladas entre ministros da base.
O petista disse que “a única coisa errada nesse país é a taxa de juros”. Para conselheiros próximos, o Planalto precisa unificar o discurso do governo e evitar novos ruídos.
Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência no início de dezembro para drenar um hematoma na cabeça, decorrente de uma queda que sofreu em outubro. Dias depois, no dia 12 de dezembro, ele fez um procedimento endovascular, para evitar novos sangramentos.
No último domingo, o presidente recebeu alta hospitalar e foi para sua casa no Alto de Pinheiros, em São Paulo, para recuperação. Mas os médicos informaram que os exames serão refeitos em dez dias, para nova avaliação.
A previsão é de que Lula passe as festas do final do ano na capital federal.