Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, 79, foi reeleito e será presidente do São Paulo até 31 de dezembro de 2020.
Em votação realizada nesta terça-feira (18), no Salão Nobre do Morumbi, o mandatário venceu a disputa contra o advogado José Eduardo Mesquita Pimenta, 78, por 123 votos a 102. Ninguém votou em branco.
Leco será o primeiro presidente do clube sob o novo estatuto, aprovado no início de dezembro do ano passado. Logo, se tiver dedicação total ao cargo, o mandatário será remunerado. O texto prevê que o salário não pode ser superior a 70% do teto do funcionalismo público federal, o que pode gerar renda de cerca de R$ 27 mil. Hoje, o teto do funcionalismo público federal é de R$ 39.293,32.
Além disso, ele terá mandato único de três anos -até 2016, eram dois anos com direito a uma reeleição.
Assim como será o primeiro presidente sob o novo estatuto, Leco foi o último a seguir o antigo regimento. Em 2015, o mandatário substituiu Carlos Miguel Aidar após o ex-presidente renunciar ao cargo sob acusações de corrupção.
Leco ficou no cargo 14 dias de forma interina. No dia 27 de outubro daquele ano, derrotou nas eleições Newton Luiz Ferreira, mais conhecido como Newton do Chapéu, iniciando oficialmente o seu mandato.
A sua gestão foi pautada pela diminuição da dívida. Segundo afirmou à Folha de S.Paulo na segunda-feira (17), a dívida deixada por diretorias passadas era de R$ 170 milhões e hoje está em R$ 114 milhões.
Ele, no entanto, também atendeu a diversos apelos da torcida, fazendo assim um mandato popular.
Primeiro, contratou o uruguaio Diego Lugano. Com 35 anos em 2016, já não era mais o mesmo defensor de 2003, quando virou ídolo tricolor. Porém, o apelo dos torcedores fez o dirigente ceder.
Em seguida, veio a demorada negociação pela permanência de Maicon. Também sob o clamor das arquibancadas, pagou cerca de R$ 22 milhões mais a cessão de 50% dos direitos econômicos de Lucão e Inácio ao Porto em um momento financeiro delicado do clube.
Por fim, trouxe Rogério Cenii para ser o novo treinador da equipe. Um ídolo incontestável, o ex-goleiro abafou a ausência de grandes nomes na equipe para esta temporada.
Leco, no entanto, também protagonizou polêmicas. Os problemas vieram principalmente no setor de marketing. Os acordos de patrocínios com a Rock Ribs e a Prevent Senior foram os mais questionados.
No primeiro, o clube estampou a marca da lanchonete por meses e não recebeu os valores combinados, além de ter ficado com o espaço do restaurante destruído e sem fornecedor.
Sobre a Prevent Senior, a Folha de S.Paulo revelou que o contrato de R$ 22 milhões (que compunha conta de R$ 35 milhões de patrocínio ao todo e que era propagandeada por Leco) rendeu apenas R$ 9,2 milhões. A diretoria do clube contesta os valores, mas tem recebido fortes críticas de opositores por isso.
HISTÓRIA
Sua história no clube, porém, começou bem antes, em 1966, quando tornou-se sócio. Vinte anos mais tarde, virou conselheiro, e desde então passou a ter uma relação mais estreita com o São Paulo. Ainda na década de 1980, foi diretor de futebol e diretor jurídico. Os cargos na diretoria lhe renderam uma aproximação com o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, que posteriormente se tornaria uma forte aliança.
Em 2000, com o apoio deo ex-presidente Juvenal Juvêncio, tentou pela primeira vez a presidência. Foi derrotado por Paulo Amaral e dois anos mais tarde voltou à diretoria de futebol no mandato de Marcelo Figueiredo Portugal Gouveia.
De 2006 a 2014, assumiu da diretoria de orçamento e controle da gestão Juvenal Juvêncio. Foi vice-presidente de futebol de 2008 a 2011 e vice-presidente de 2011 a 2014. Até se tornar presidente de forma interina, em outubro de 2015, era o presidente do Conselho Deliberativo.