Procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba pediram, em nota divulgada nesta sexta (30), que a procuradora Raquel Dodge, indicada para a PGR (Procuradoria-Geral da República), dê “continuidade ao consistente trabalho de combate à corrupção” da instituição.
“A força-tarefa faz votos de que a subprocuradora-geral possa liderar a instituição na continuidade do consistente trabalho de combate à corrupção que vem sendo feito pelo MPF nos últimos anos”, escreveram.
Para eles, Dodge tem “uma respeitada história” no órgão e “demonstrou ter a confiança da classe”. Ela foi a segunda colocada na lista tríplice resultante de votação de integrantes do Ministério Público Federal para a escolha do novo procurador-geral, atrás de Nicolao Dino: obteve 587 votos, contra 621 do primeiro colocado.
A nota da força-tarefa parabeniza Dodge pela indicação -ela ainda será submetida a sabatina no Senado. Se aprovada, será a primeira mulher a comandar a PGR.
Dodge é considerada um nome de oposição à atuação do atual procurador-geral, Rodrigo Janot, que apresentou denúncia na segunda-feira (26) contra o presidente Michel Temer (PMDB).
Ao longo de sua carreira, porém, ela se destacou em casos de corrupção, como na Operação Caixa de Pandora, em 2009, que revelou o mensalão do DEM, e no pedido de prisão do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
Em eventos durante a disputa pela PGR, Dodge declarou que a Operação Lava Jato precisa ser mais célere, e defendeu que o combate à corrupção seja a prioridade do órgão.
“A corrupção é um mal em si. Ela confunde o público com o privado. Devemos combater a corrupção porque ela deteriora o regime democrático que é exatamente baseado na distinção entre público e privado”, afirmou em debate promovido pela Folha de S.Paulo e pelo site “Jota”, na semana passada.
“Esse trabalho não só é dever como deve ser prioridade, porque tem a ver com tudo aquilo que é a missão principal do Ministério Público”, disse. (Folhapress)