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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Lava Jato do Rio mira gestão Paes e obras de legado da Copa e Olimpíada

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (3) a Operação Rio 40 graus, um desdobramento da Lava Jato no Estado, tendo como alvo integrantes da gestão Eduardo Paes (PMDB) na prefeitura.

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Foram emitidos pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio, 10 mandados de prisão, 18 de busca e apreensão e 3 de condução coercitiva. O principal alvo é o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto, que, segundo as investigações, cobrou propina em obras de legado da Copa do Mundo e da Olimpíada.

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De acordo com a Polícia Federal, as investigações indicam o pagamento de pelo menos R$ 35,5 milhões. A operação é um desdobramento das delações de executivos da Carioca Engenharia. Não há referências ao ex-prefeito.

As investigações apuram se o esquema atribuído ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral se reproduziu em outras esferas de poder comandadas pelo PMDB no Estado. O ex-governador é acusado de cobrar 5% de propina nos grandes contratos do Estado.

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“Há similitude no modus operandi, o esquema criminoso [no Estado] foi replicado em âmbito municipal, demonstrando que, possivelmente, a organização criminosa era chefiada por pessoas influentes do referido partido político [PMDB] no Rio de Janeiro”, escreveu o juiz Marcelo Bretas em sua decisão, ao determinar as prisões.

Pinto, ex-secretário de Obras da gestão Eduardo Paes (PMDB) na Prefeitura do Rio, esteve à frente da pasta desde 2009, primeiro dos oito anos do peemedebista no comando do município, e já foi preso.

Funcionário de carreira da prefeitura desde 1987, Pinto foi o responsável pela licitação das grandes obras realizadas na cidade na esteira da Olimpíada -à exceção da revitalização da região portuária.

O ex-secretário foi citado em delação premiada de Luciana Salles Parentes, funcionária da Carioca Engenharia, segundo quem Pinto cobrou 1% de propina sobre um dos lotes da obra do Transcarioca executado pelo consórcio OAS/Carioca/Contern. Este contrato teve valor final de R$ 780,8 milhões.

Outros alvos são servidores da pasta responsáveis pela fiscalização do contrato. De acordo com delatores da Carioca, os engenheiros Eduardo Fagundes, Ricardo Falcão e Alzamir Araújo cobraram 3% do valor do contrato. O pagamento, por vezes, ocorria dentro do próprio canteiro de obras.

A Transcarioca foi inaugurada em 2014, como um dos legados da Copa do Mundo no Rio. Ela liga o aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) até a Barra. No total, ela custou R$ 1,6 bilhão -o outro lote foi executado pela Andrade Gutierrez.

A delação da Carioca afirma ainda que o mesmo ocorreu nas obras de recuperação ambiental da bacia de Jacarepaguá, uma das intervenções consideradas legado da Olimpíada que consumiu R$ 369,2 milhões.

Em depoimento, Parente afirmou que “o pagamento de vantagens indevidas a representantes do governo do Estado do Rio e do município do Rio era prática usual e comum no mercado”.

Há ainda pessoas ligadas ao Ministério da Cidades sob suspeita. De acordo com os delatores, Laudo Dalla Ziani, o genro do ex-deputado Pedro Correa (PP), cobrou propina pela liberação de recursos do Ministério das Cidades para a obra. Segundo o relato, a propina de cerca de R$ 6,4 milhões foi repassada por meio de um escritório de advocacia.

Bretas determinou a prisão preventiva de Pinto, Ziani, a advogada Vanuza Sampaio, os fiscais da secretaria Eduardo Fagundes de Carvalho, Ricardo Falcão e Alzamir Araújo. O magistrado deferiu também a detenção temporária do executivo da OAS Antônio Cid Campelo, e dos fiscais de obras Antônio Bezerra, Carlos Frederico e Alexandre Aragão.

OUTRO LADO

O ex-prefeito Eduardo Paes afirmou, em nota, que “a política não teve qualquer relação com sua nomeação para a função de secretário de Obras”.

“Alexandre Pinto é um servidor de carreira da Prefeitura do Rio. Caso confirmadas as acusações, será uma grande decepção o resultado dessa investigação”, disse o peemedebista.

A reportagem não conseguiu contatos com os advogados dos presos. (Folhapress)

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