A força-tarefa da Operação Lava Jato devolveu nesta sexta-feira (18) à Petrobras cerca de R$ 200 milhões que haviam sido desviados da estatal em atos de corrupção.
O dinheiro é de delatores que fizeram acordos com a Justiça. Neste caso, foram 18 pessoas físicas e três empresas (Carioca Engenharia, Camargo Corrêa e Setal Óleo e Gás).
Este é o terceiro ato de devolução de recursos à Petrobras. No total, R$ 500 milhões já foram recuperados para a estatal -ainda longe do prejuízo estimado de R$ 6,2 bilhões causados pela corrupção.
O dinheiro vai para o caixa geral da estatal, e ajuda a pagar a dívida da empresa, atualmente de US$ 132 bilhões.
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a verba é “de uma contribuição importantíssima”.
“R$ 500 milhões é muito dinheiro”, disse. “Eu não quero diminuir a relevância desse montante.”
Ele destacou que a Petrobras foi “uma vítima” da corrupção, promovida por “uma minoria desonesta e criminosa”, e afirmou que a empresa tem adotado medidas para coibir a prática.
“Nós vamos continuar ao lado do Ministério Público Federal. Acelerar esse processo é uma forma de fazermos justiça a todos.”
O montante devolvido nesta sexta foi o maior da história da Justiça criminal no país.
“No Brasil, isso é uma façanha, uma proeza”, afirmou o procurador da República Deltan Dallagnol. “Estamos atravessando uma fronteira”, disse o auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima.
Bens de delatores que ainda estão em processo de leilão ou liquidação pela Justiça serão entregues à Petrobras em atos futuros.
Já os réus que tiveram bens bloqueados mas não são colaboradores só terão seu dinheiro transferido à estatal caso sejam condenados, e apenas depois do trânsito em julgado da sentença. É o caso de investigados como os publicitários João Santana e Monica Moura, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, entre outros.
“Os direitos dos réus são sagrados, mas não mais sagrados do que os das vítimas”, afirmou Dallagnol.
Os membros da força-tarefa elogiaram a atuação da atual gestão da Petrobras no combate à corrupção e pediram, mais uma vez, a aprovação das dez medidas contra a corrupção, que devem ser votadas na Câmara na próxima semana.
Pedro Barusco – R$ 267 milhões
Paulo Roberto Costa – R$ 70 milhões
Hamylton Padilha – R$ 56 milhões
Júlio Camargo – R$ 16,3 milhões
Milton Pascowitch – R$ 16,1 milhões
Camargo Corrêa – R$ 13,5 milhões
Roberto Trombeta – R$ 11,9 milhões
Rodrigo Morales – R$ 8,6 milhões
José Adolfo Pascowitch – R$ 8 milhões
Ricardo Pessoa – R$ 5,6 milhões
Carioca Engenharia – R$ 4,5 milhões
Augusto Mendonça – R$ 3,6 milhões
Eduardo Leite – R$ 3,2 milhões
Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva – R$ 3,2 milhões
Setal Óleo e Gás – R$ 2,5 milhões
Eduardo Musa -R$ 2,49 milhões
João Medeiros Ferraz – R$ 1,5 milhão
Cid José Campos Barbosa da Silva – R$ 1,3 milhão
Mário Goes – R$ 1,15 milhão
Shinko Nakandakari – R$ 1 milhão
Dalton Avancini – R$ 615 mil
Agosthilde Carvalho – R$ 561 mil
Folhapress