Criminosos invadiram na madrugada desta segunda-feira (24) a sede da transportadora de valores Prosegur em Ciudad del Este, no Paraguai, e roubaram aproximadamente US$ 40 milhões (R$ 120 milhões). A sede da empresa fica a 4 km da Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu, no extremo oeste do Paraná.
O ministro do Interior paraguaio, Lorenzo Lezcano, disse à reportagem que esse foi um assalto “de dimensões que jamais existiram” no país e que os suspeitos são brasileiros. Mais cedo, ele havia afirmado à rádio “ABC Cardinal” que a maioria dos carros usada no assalto tinha placa do Brasil e que uma vítima afirmou ter ouvido os criminosos falarem em português. Autoridades paraguaias estão trabalhando com a Polícia Federal do Brasil na investigação do caso.
Na perseguição aos bandidos logo após o mega assalto, um policial paraguaio foi morto. À tarde, a Polícia Federal brasileira informou que uma equipe de agentes encontrou 12 suspeitos em Itaipulândia (PR) e houve troca de tiros. A Polícia Militar do Paraná ajudou a PF no confronto, mas os suspeitos fugiram em seguida.
A Polícia Militar do Paraná informou que houve três mortes na troca de tiros, porém não deu mais informações. O policiamento foi reforçado na região.
Segundo o jornal paraguaio “ABC Color”, o roubo ocorreu por volta da 0h30. Na invasão, ao menos 30 assaltantes utilizaram caminhonetes com metralhadoras de combate antiaéreo e granadas. Durante a fuga, incendiaram veículos em diversas partes da cidade para dificultar o trabalho da polícia.
Ainda de acordo com o jornal, moradores vizinhos da sede da Prosegur foram tomados como reféns em meio aos tiroteios e explosões no edifício da transportadora de valores. O policial que morreu era do GEO (Grupo Tático de Operações) e foi identificado como Sabino Ramón Benítez.
O presidente Michel Temer colocou a Polícia Federal à disposição do Paraguai para ajudar na investigação do roubo. Em nota, o peemedebista informou que acompanha os desdobramentos do episódio e que apoiará “com todos os recursos necessários” as investigações feitas pelas autoridades paraguaias.
Desde novembro de 2015, o Estado de São Paulo passou por uma série de mega-assaltos a transportadoras de valores que ocorreram de forma semelhante ao roubo em Cidade del Este.
O primeiro ocorreu em Campinas. Até setembro do ano passado, houve outros quatro casos: um também em Campinas, os outros em Santos, Ribeirão Preto e Santo André. Eles resultaram na morte de cinco pessoas -três delas policiais.
O dinheiro levado nesses ataques e em outros semelhantes na Bahia e no Pará nesse mesmo período chegou a R$ 160 milhões, sem incluir os prejuízos, por exemplo, com a reforma dos prédios, que em alguns casos ficaram totalmente destruídos devido aos explosivos.
Assustados, moradores do entorno de empresas desse tipo passaram a se mobilizar para tentar afastá-las de áreas urbanas. Já as empresas decidiram investir R$ 50 milhões em um sistema próprio de defesa, em parceria com o governo paulista. (Folhapress)