Belo Horizonte – O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, afirmou hoje, 8, que o Brasil vive um momento difícil e tenso, com manifestações de pessoas pedindo celeridade para que seja encontrada uma solução para o atual ambiente adverso do País. Apesar de tais pedidos, as divergências ainda devem continuar por algum tempo, sinalizou Kassab. “Elas fazem parte da democracia. Sou participante daquele grupo que quer equilíbrio, que convive com as divergências, mas que há barreiras para algumas”, declarou a jornalistas o ministro, que também é presidente licenciado do Partido Social Democrático (PSD) e ex-prefeito de São Paulo.
Kassab falou que os poderes têm que saber se relacionar. “Desde que mantidas as relações de harmonia entre os poderes, a crise fica no campo das divergências. E divergência não é crise, é saudável na democracia. Hoje tem harmonia entre os poderes”, defendeu.
Sobre os atritos do governo federal com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro salientou que o peemedebista tem defendido uma relação institucional com o governo. “Ao longo deste ano, a grande maioria dos projetos enviados ao Congresso tem sido aprovada e eles contribuirão para a retomada do crescimento”, declarou, ressaltando que, como ministro, não é seu papel conversar com seu partido para garantir suporte ao governo. “Entretanto, o PSD tem dado apoio vigoroso à presidente da República, Dilma Rousseff (PT)”, disse.
Para Kassab, o Brasil precisa perseguir novamente a estabilidade econômica e, nesse sentido, o governo está indo na direção certa. “Temos que aprovar projetos que retomem a economia”, destacou.
Sobre o apoio às manifestações e qual seria a posição do PSD para o encontro marcado no próximo dia 16, o ministro afirmou que o partido tem “maior respeito” aos protestos, já que na democracia eles são fundamentais.
O ministro salientou, contudo, que não vê razões para um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Dilma é uma pessoa honrada, trabalhadora, com uma história de vida bonita e que foi eleita pela maioria. Não há motivos para ela ser afastada. Ela vai cumprir o seu mandato”, falou.
O político também afirmou que desconhece qualquer intenção da presidente em realizar uma reforma ministerial. “Fiquei sabendo pela imprensa, então não dá para saber se vai existir. Somos um regime presidencialista, cabe à presidente estruturar sua equipe”, ressaltou. O ministro reiterou que sua pasta não trabalha com cortes, até porque os investimentos são de longo prazo (oito a nove anos). “Mas você pode ter alongamento de cronogramas”, explicou.
PSD. Kassab participou hoje, como convidado, da convenção estadual do diretório mineiro do PSD. No evento, foi ratificada a nova executiva estadual, sob a presidência do deputado federal Diego Andrade.
O ex-prefeito de São Paulo comentou que o PSD é um partido de centro, que tem a bandeira de defender as pequenas e microempresas, mas que não tem posição exclusiva ao capital privado. “Entendemos que cada vez mais o Estado tem que ter uma posição mais forte na sociedade, de fortalecer os setores públicos”, disse.
Ele ainda comentou que o PSD quer participar das eleições municipais de 2016 com candidatos próprios. “Será a primeira participação numa eleição municipal de forma organizada”, disse. Para pré-candidato à prefeitura da capital mineira, o nome cotado nos bastidores é de Andrade.
(Estadão Conteúdo)