O juiz Lourival Machado da Costa, da 2º Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida da Comarca de Goiânia, dá início nesta segunda-feira (2) à sessão de julgamento aos acusados pelo assassinato do jornalista Valério Luiz de Oliveira. A transmissão ao vivo, que seria realizada por meio dos canais do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), entretanto, foi suspensa, após solicitação do Ministério Público, acatada pelo juiz, por questões de segurança.
Apenas aquelas pessoas que são indispensáveis para a realização do júri, como jurados e testemunhas, possuem autorização para entrar no local. As informações serão repassadas à imprensa, ao longo do dia, por meio da assessoria de comunicação.
Cinco réus são submetidos ao julgamento do caso. Além de Maurício Sampaio, tido como mandante, estão o sargento da Polícia Militar, Ademá Figueredo Aguiar Filho, suposto atirador; Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta e Marcus Vinícius Pereira Xavier são apontados como articuladores do crime.
A defesa de Sampaio, o advogado Luiz Carlos da Silva Neto, disse, entretanto, em entrevista coletiva na última segunda-feira (25), que entraria com ações junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) solicitando o afastamento dos promotores da acusação e do juiz que irá conduzir o julgamento.
“Estou vendo barbaridades nesse processo, em que foi ceifado o direito do réu de se defender”, justificou o profissional, que assumiu o caso há cerca de 20 dias, com a ressalva de que a defesa irá comparecer ao julgamento mas que caso promotores e juiz não forem afastados da condução do processo, não irá avançar na defesa.
A primeira sessão do julgamento foi adiada pela terceira vez em março, quando o juiz Lourival Machado acatou o pedido do advogado de Maurício Sampaio, apontado pela polícia como mandante do crime. A decisão se deu pelo fato de Ney Moura Teles, advogado do empresário, que acompanhava o caso desde o início, ter deixado o caso às vésperas do julgamento. Seu substituto à época, Thales Jayme solicitou, entretanto, um prazo para analisar o processo.
O ato causou, novamente, indignação à família, que espera por justiça há dez anos. “É realmente muito frustrante. Já são 10 anos tentando marcar esse julgamento, mas não é uma surpresa. Lidamos com todo tipo de manobra para atrasar o processo. Essa foi mais uma delas. Uma manobra desesperada. O advogado abandonou o processo às vésperas do julgamento, numa atitude lamentável e antiprofissional na minha visão”, disse Valério Filho, advogado e filho da vítima.
O crime ocorreu em 5 de julho de 2012, na porta da então Rádio 820 AM, hoje Rádio Bandeirantes, onde a vítima trabalhava como comentarista esportivo. Segundo o Ministério Público, o homicídio teria sido motivado pelas críticas do jornalista à diretoria do Atlético Clube Goianiense.