Goiânia

Justiça suspende contrato da Prefeitura de Goiânia com a Limpa Gyn

Uma decisão da Justiça suspendeu no final da manhã desta quarta-feira (4) a licitação que culminou com a contratação do Consórcio Limpa Gyn. A decisão é do juiz William Fabian, da 4ª Vara de Fazenda Pública Municipal e de Registros Públicos. O contrato era para Prestação dos Serviços de Coleta de Resíduos Sólidos, Coleta Seletiva, Remoção de Entulhos e Varrição Mecanizada, substituindo parte dos serviços prestados pela Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg).

A decisão atendeu ação anulatória com pedido de tutela antecipada de urgência protocolada pela empresa Promulti Engenharia, Infraestrutura e Meio Ambiente LTDA contra o Município de Goiânia e o Consórcio Limpa Gyn.

Relata o magistrado que o edital de Licitação foi republicado pela Prefeitura na modalidade “Concorrência Pública”, em 31 de outubro, por determinação do Tribunal Pleno do TCM/GO (Acórdão 6042/2023 – Processo Administrativo 3729/2023). E que entre as supostas ilegalidades apontadas no pedido de liminar estão a utilização indevida do critério de julgamento do tipo técnica e preço e da modalidade concorrência.

Além disso, a empresa alegou a aglutinação dos serviços de coleta de resíduos sólidos, coleta seletiva, remoção de entulhos e varrição mecanizada, e outras disposições que “apenas restringem a competitividade da licitação, que deveria ser mais abrangente”.

Na época da licitação, a Promulti tentou adiar sua realização. A empresa pediu a suspensão da concorrência na Justiça que concedeu liminar, posteriormente derrubada em decisão monocrática do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, desembargador Carlos França.

Queda de braço judicial

A queda de braço prosseguiu e posteriormente, a empresa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que suspendeu novamente o certame.

De acordo com o magistrado, “mesmo diante das decisões proferidas e que determinavam a pausa no processo licitatório, [a prefeitura] deu andamento à concorrência com base em decisão proferida em procedimento de Suspensão de Liminar, o que culminou na data de 19 de março de 2024 na assinatura do Contrato para Prestação dos Serviços de Coleta de Resíduos Sólidos, Coleta Seletiva, Remoção de Entulhos e Varrição Mecanizada nº 020/2024 (Processo SEI de protocolo nº 22.18.000001530-4) com o Consórcio Limpa Gyn”.

Entre suas alegações perante a Justiça, a empresa vinha afirmando que os serviços de coleta de lixo não seriam afetados com a suspensão da licitação e a anulação do contrato. Entretanto, um dos motivos que levou à contratação de outra empresa foi justamente a gradual incapacidade da companhia pública de efetuar o serviço a contento e de manter frota e equipamentos condizentes para o serviço.

Na decisão desta terça, entre os problemas apontados, com os quais o magistrado concordou, estão listados:

1 – Utilização indevida do critério de técnica e preço;

2 – Serviços que deveriam ter sido licitados por pregão e não concorrência;

3 – Anulação indevida dos serviços licitados

4 – Estimativa equivocada de quantitativos e o impacto sobre o valor das propostas e comprovação de habilitação técnica;

5 – Prazo inexequível para início dos serviços, possível direcionamento e violação ao princípio da competitividade e da isonomia;

6 – Limitação ao número de consorciadas não fundamentada – restrição ilegal que viola a competitividade do certame; e,

7 – Ilegalidade da existência de Registro do Compromisso de Constituição de Consórcio para a participação do certame.

Confira abaixo a íntegra da decisão do magistrado!

Expectativa frustrada

Com o contrato com o Consórcio Limpa Gyn havia uma expectativa não apenas de melhora nos serviços de limpeza da cidade. A previsão é de que a Prefeitura de Goiânia faria uma economia de 175 milhões de reais por ano.

Por outro lado, já afetada por uma frota defasada e defeituosa, a Comurg perderia perde boa parte da sua arrecadação. Logo após a entrada do consórcio nos serviços, o município admitiu a intenção de liquidar a companhia.

Dia agitado

A reportagem do Diário de Goiás buscou ouvir a prefeitura a respeito da decisão judicial para saber se haverá recurso ou se ela será acatada. A informação é de que o procurador-geral do Município, José Carlos Ribeiro Issy, divulgaria essa posição, o que não ocorreu até a publicação desta reportagem.

Nesta terça, a Prefeitura ficou movimentada por conta da operação deflagrada na Secretaria de Infraestrutura, que culminou com a demissão do titular, Denes Pereira.

Confira a reportagem do DG a respeito:

Após operação da Polícia Civil, titular da Seinfra pede demissão e funcionários são afastados

O telefone da Limpa Gyn não atendeu na tarde desta terça.

Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.

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