O processo que investiga suposta lavagem de dinheiro cometida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi encaminhado à 13ª Vara Federal de Curitiba, para o juiz federal Sérgio Moro. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público de São Paulo por haver suspeita de que o tríplex no Guarujá, em São Paulo, era “destinado” a Lula. O processo era de responsabilidade da juíza Maria Priscilla Veiga de Oliveira, da 4ª Vara Criminal.
Segundo a juiz, os possíveis delitos relacionados ao imóvel estão sendo apurados na Operação Lava Jato e devem ser investigados dentro do contexto do esquema nos inquéritos abertos na esfera federal.
“O pretendido nestes autos, no que tange às acusações de prática de delitos chamados de ‘lavagem de dinheiro’ é trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo Federal da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR e pelo MPF [Ministério Público Federal], pelo que é inegável a conexão, com interesse probatório entre ambas as demandas, havendo vínculo dos delitos por sua estreita relação”, diz a juíza.
O sigilo do processo também foi retirado. De acordo com os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo, foram colhidos 20 depoimentos que poderiam comprovar que o apartamento era “destinado” a Lula e sua família. A ação acusa o ex-presidente de lavagem de dinheiro, em forma de ocultação de imóvel, e falsidade ideológica.
“Aproximadamente duas dezenas de pessoas nos relataram que, efetivamente, aquele tríplex do Guarujá era destinado ao ex-presidente Lula e sua família. Dentre essas pessoas figuravam funcionários do prédio, o zelador do prédio, a porteira do prédio, moradores do prédio, funcionário da OAS, ex-funcionário da OAS, e o proprietário da empresa que fez a reforma naquele imóvel”, afirmou o promotor Cássio em entrevista coletiva na semana passada.
Também foram denunciados a esposa de Lula, Marisa Letícia, e o filho Fábio Luiz Lula da Silva, por participação em lavagem de dinheiro. Além disso, também foi pedida a prisão do ex-presidente sob o argumento de que em liberdade ele poderia destruir provas.
Com informações da Agência Brasil