A juíza Carmem Lamela expediu uma ordem internacional de busca e captura de Ricardo Teixeira, 70, ex-presidente da CBF por mais de duas décadas.
A decisão foi assinada no dia 12 de junho pela magistrada e não foi cumprida até agora. O Brasil não tem tratado de extradição com a Espanha. A informação foi revelada pelo site espanhol “Crónica Global”.
O cartola brasileiro é acusado de lavar milhões de euros junto com Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. O dirigente catalão está preso há cerca de dois meses na Espanha. Já Teixeira permanece livre no Brasil.
O ex-presidente da CBF também já foi denunciado na Justiça dos EUA por ser um dos comandantes de um esquema de lavagem de dinheiro e de recebimento de propina na venda de direitos de torneios montado por dirigentes da Fifa.
Em entrevista à Folha de S. Paulo em junho, o presidente da CBF recusou negociar uma delação premiada com as autoridades norte-americana e disse que se sentia protegido no Brasil.
“‘Tem lugar mais seguro que o Brasil? Qual é o lugar? Vou fugir de quê, se aqui não sou acusado de nada? Você sabe que tudo de que me acusam no exterior não é crime no Brasil. Não estou dizendo se fiz ou não”, afirmou o cartola.
De acordo com a juíza, Teixeira obteve de forma indireta mediante uma trama societária os cerca de 8,3 milhões de euros que a ISE (empresa árabe donas dos direitos da seleção) pagou de comissão para a Uptrend, de Rosell.
No despacho, a magistrada chama o ex-presidente da CBF de “o homem dos mil contatos”. Segundo a investigação feita na Espanha, Teixeira e sua ex-mulher tinham dois cartões de crédito que eram pagos pela Uptrend. (Folhapress)