Os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 333,8% ao ano em novembro, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (22). A taxa caiu em relação a outubro, quando apresentou uma média de 338%.
Apesar da pequena queda no mês passado, o patamar dos juros continua acima dos 300%. O rotativo é a linha emergencial de crédito usada por quem não consegue pagar o valor integral da fatura do cartão.
No fim do ano passado, a taxa batia recorde e chegava a quase 500%.
Em abril deste ano, começaram a valer regras que proíbem os bancos de deixar o consumidor por mais de 30 dias no rotativo. Depois desse prazo, a instituição é obrigada a oferecer condições mais favoráveis para o pagamento da dívida -ou seja, juros mais baixos e prazo maior.
A taxa média cobrada no cheque especial ficou em 323,7% em novembro -mesmo patamar do mês anterior.
O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,4% em novembro ante outubro e chegou a R$ 3,063 trilhões. É o segundo mês consecutivo de alta, após três meses de queda.
“Temos redução das taxas de juros e dos spreads. Acontece para qualquer período do que você compare – no mês, no trimestre, no acumulado do ano. Isso está de acordo com ciclo da política monetária e melhora perspectivas da retomada do mercado de crédito para o próximo ano”, afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.
A Black Friday pode ter impactado o resultado do mercado de crédito no mês passado, segundo o Banco Central, no que se refere às operações de cartão de crédito à vista. As concessões nessa modalidade cresceram 5,8% em novembro ante outubro.
“A Black Friday é um dos efeitos que ajudam a explicar. O cartão de crédito é muito usado para compras. […] Novembro tem caráter sazonal nas vendas”, disse Rocha.
O estoque total de crédito no Brasil subiu 0,4% em novembro ante outubro e chegou a R$ 3,063 trilhões. É o segundo mês consecutivo de alta, após três meses de queda.
“O que está puxando o crescimento é o crédito livre. Há um crescimento nas pessoas físicas, que vem desde o ano passado, enquanto nas pessoas jurídicas o crédito continua se reduzindo”, afirmou Rocha.
Segundo ele, há um movimento de substituição, no caso das empresas, do crédito bancário pelo mercado de capitais.
O Banco Central informou nesta sexta-feira que espera um crescimento de 3% no estoque de crédito em 2018. Isso é resultado de uma projeção de alta de 7% no crédito para pessoa física e de um redução de 2% para pessoa jurídica.
“A situação do crédito deve melhorar. O pior momento já passou”, disse Rocha.
Para este ano, o Banco Central revisou a expectativa de uma estabilidade no saldo de crédito para uma queda de 1%. Esta projeção é composta por uma expectativa de alta de 6% no estoque de crédito para pessoa física e uma redução de 8% para pessoa jurídica.
A inadimplência, considerando os chamados recursos livres, caiu de 5,4% para 5,3% no período. Considerando apenas pessoa física, a queda foi de 0,2 ponto e ficou em 5,4% em novembro.
O spread, que mede a diferença entre o custo de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, ficou em 49,1 pontos, inferior aos 50,7 pontos de outubro, nas operações com pessoa física. (Folhapress)