O julgamento do ex-presidente da CBF José Maria Marin teve início nesta segunda-feira (06), na Corte do Brooklyn, em Nova York. A primeira semana do processo será dedicada à escolha do júri popular: 240 pessoas compareceram ao tribunal para participar do processo que terminará com a definição dos 12 jurados e seis suplentes.
Marin compareceu acompanhado de seus advogados e não deu declarações. Além do dirigente, membros da Receita e do FBI envolvidos na investigação, alguns jornalistas brasileiros e uma dupla de manifestantes marcaram presença no início dos trabalhos.
Do lado de fora da Corte, o ex-coordenador de segurança da CBF Moisés Campos de Lima de 62 anos, e o policial militar Valmir Diniz, de 54, estenderam uma faixa em inglês pedindo que os EUA ajudem a acabar com a corrupção no futebol brasileiro.
“Viajamos até aqui pagando passagem e hospedagem do próprio bolso porque era nosso dever cívico. É preciso acabar com o ‘mensalão’ da CBF e com federações esportivas que só servem para lavar dinheiro”, disse Moisés, que trabalhou na CBF entre 1989 e 1998, durante a administração Ricardo Teixeira.
Marin é acusado de cometer sete crimes, entre eles o recebimento de propina em contratos de marketing e direitos de transmissão de jogos, no chamado. O dirigente, que se declara inocente, está em prisão domiciliar desde 2015 na pomposa Trump Tower, em Manhattan -onde tem um apartamento.
De acordo com o advogado de Marin, Julio Barbosa, defesa e procuradoria só começarão a fazer perguntas na próxima segunda (13). A expectativa é que o julgamento dure pelo menos seis semanas e, se condenado, o dirigente pode pegar até 20 anos de prisão.
Nos bastidores, porém, comenta-se que a punição chegaria a no máximo 10 anos devido à idade avançada do ex-cartola, que está com 85 anos. (Folhapress)