Alegando defender a “governabilidade”, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), não quis opinar sobre um eventual desembarque de seu partido do governo, mas afirmou que não cabe à opinião pública julgar o presidente Michel Temer.
“Você não pode estabelecer a culpabilidade antes que ela exista. Você não pode estabelecer o juízo que não cabe a nós -nem à opinião pública, nem ao Poder Executivo-, nem tão pouco aos jornalistas, mas sim ao Judiciário, que deve tomar a decisão final”, disse Doria após participar de encontros com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Doria não quis comentar a crise institucional provocada pela troca de acusações entre Temer e a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Limitou-se a dizer que ainda há governabilidade e que não cabe a ele se manifestar sobre um eventual desembarque de seu partido do governo Michel Temer.
“A governabilidade existe. Estamos aqui. Em relação ao PSDB, essa é uma decisão do diretório nacional. A executiva nacional é que deve decidir. Não sou membro dessa executiva. Cabe a ela essa decisão de prosseguir ou não. A minha visão é a visão da governabilidade”, afirmou.
Doria participa da reunião da bancada tucana da Câmara nesta tarde.
PREVIDÊNCIA
A pauta oficial de Doria nas conversas com Eunicio e Maia girou em torno da economia.
O prefeito defendeu projetos de lei como o que prorroga o pagamento de precatórios de 2020 para 2025 e apoiou as reformas trabalhista e previdenciária.
Ao defender a reforma da Previdência, no entanto, disse apoiar um texto mais desidratado, embora não tenha entrado em detalhes.
“Não quero avançar porque cabe às Casas Legislativas, Câmara e Senado, avaliar isso. Mas entendo que um texto mais enxuto e mais curto terá mais chances de ser votado e aprovado”, disse Doria.
O prefeito deixou o Congresso para um almoço com empresários. Na saída, foi alvo de protesto de uma mulher que disse ser assistente social do município de São Paulo, mas que não quis se identificar.
“Prefeito, não vende São Paulo, pelo amor de Deus. São Paulo não está à venda”, gritava a mulher, que não recebeu atenção de Doria.
A gestão Doria tenta aprovar na Câmara de São Paulo proposta para vender ou conceder equipamentos públicos como parques, Bilhete Único, terminais de ônibus, entre outros. (Folhapress)