O árbitro do clássico entre Corinthians e Palmeiras neste sábado (24), Raphael Claus, afirmou que só marcou o pênalti cometido por Jaílson depois que viu a ferida na perna do alvinegro Renê Júnior decorrente do choque entre os dois jogadores. A infração foi motivo de polêmica no clássico pelo Campeonato Paulista, vencido em Itaquera por 2 a 0 pelos corintianos.
“O Jaílson acertou a sola na coxa do Renê e, a partir do momento que eu visualizo isso, eu tenho a convicção de que o jogador teria de ser expulso. Foi uma entrada com força excessiva, até pela integridade do jogador. A partir daí, do momento que eu visualizo isso, o jogo não teria de ser reiniciado e eu teria de marcar a penalidade, como foi ocorrido”, disse.
No momento da falta, aos 14 minutos do segundo tempo, o juiz demorou para sinalizar a penalidade e foi duramente criticado pelos palmeirenses. Claus justificou, no entanto, que o atraso ocorreu porque ficou em dúvida. Ele também disse que tomou a decisão sozinho, afastando as especulações de que recebeu orientações de seus auxiliares na jogada.
“A decisão foi totalmente minha. Tive essa percepção na jogada. Mas, pela velocidade do lance, não tive 100% de certeza, mas, após ver a lesão do impacto, tive 100%. A gente tem essa percepção [que a penalidade deve ser marcada na hora]. Eu também não dei a vantagem. A minha dúvida era com relação à infração.”, explicou.
O árbitro ainda rebateu as críticas dos jogadores do Palmeiras, que reclamaram de influência da arbitragem no resultado, dizendo que “foram garfados”.
“O que os jogadores dizem, não sendo para mim, fica na função de todos, não sendo para mim”, declarou Claus, que apitou o segundo clássico no ano.
“Eu acho que, a partir do momento que as escalas são por mérito, fico feliz por ser designado [para mais um dérbi]. É um clássico mundialmente conhecido. Não só feliz pela designação, mas também por termos sido corretos e justos”, concluiu.
SÚMULA
Horas após a partida, a súmula de Raphael Claus explicou a expulsão de Jailson por “atingir com as travas da chuteira a coxa esquerda de seu adversário Renê Junior na disputa de bola, com força excessiva”. Diferentemente da entrevista concedida após o jogo, o documento não tem mais detalhes sobre o lance, tampouco a linha de raciocínio seguida pelo árbitro.
Outro momento confuso foi a antecipação do fim do jogo, que teria seis minutos de acréscimo e acabou tendo apenas três. A decisão, conta o árbitro, se deu “devido ao clima hostil que se encontrava no campo de jogo, pensando em preservar a integridade física dos jogadores e evitar um conflito generalizado”. Claus ainda cita o trecho do livro de regras do futebol que lhe dá razão neste tipo de caso.