A Justiça Federal do Rio determinou que a advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), seja encaminhada para prisão domiciliar.
Adriana teve a prisão preventiva decretada em 6 de dezembro, no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio, que também levou à cadeia o ex-governador.
A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (17) pelo juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Criminal Federal, que concentra as decisões a respeito das investigações da Lava Jato.
Cabral é tido pelos investigadores como líder de um esquema de desvios de dinheiro e propina em obras no Estado do Rio. O esquema é acusado também de lavar dinheiro ilegal e ocultação de recursos no exterior, entre outras coisas com compra de jóias, ouro e pedras preciosas.
Segundo as investigações, Adriana teria lavado dinheiro por meio da compra de R$ 6,5 milhões em joias entre 2007 e 2016.
Adriana é acusada ainda de utilizar sua firma de advocacia para dar ares de legalidade ao pagamento de propinas para o suposto esquema de Cabral. Segundo as investigações, a banca firmava contratos de serviços nunca prestados. Embora réus, nem Cabral nem Adriana ainda foram condenados aos crimes que lhes são atribuídos.
A defesa já havia solicitado que Adriana, mãe de dois filhos pequenos de Cabral, ficasse presa em sua casa para cuidar das crianças, o que inicialmente havia sido negado. O casal tem um filho de 10 anos e outro de 14.
Na ocasião, Bretas havia justificado a manutenção da prisão em presídio, comparando a ausência da mãe em casa a uma das muitas viagens que o casal fazia ao exterior.
“A expectativa é de que a medida cautelar extrema dure pelo menor tempo possível, equiparável talvez a uma confortável viagem à Europa que Adriana Ancelmo viesse a fazer, sem seus filhos, na companhia de amigos e colaboradores”, disse em decisão da época.
Nesta sexta, Bretas ouviu testemunhas de pessoas citadas no processo. Os advogados de Adriana entraram com o pedido para a mudança no regime da prisão, o que foi acatado pelo magistrado.
Bretas determinou que Adriana aguarde julgamento em sua casa, mas impôs restrições como entregar o passaporte, comparecer ao juízo periodicamente, receber visitas de advogados e de parentes até o terceiro grau e que fique em local sem acesso à internet e a telefone.
Adriana deve deixar a carceragem na próxima semana. (Folhapress)