O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), disse que seu partido poderá lançar candidato à Presidência da República em 2018 se o PSDB e nenhum outro partido da base quiser defender o legado do governo Michel Temer. A fala do peemedebista foi dita após ser questionado sobre a relação de seu partido com os tucanos.
“Se não tiver essa defesa do legado, o PMDB não vai ficar órfão da defesa desse legado. Se não tiver ninguém para defender, o PMDB vai lançar um candidato para defender esse legado”, disse.
Jucá disse que o PSDB, um dos principais aliados do governo, passa por um “dilema interno” e que o partido precisa se resolver.
Segundo o peemedebista, que é líder do governo no Senado, Temer deixará ao país um legado econômico. “Esse legado será uma das espinhas dorsais das discussões das eleições”, afirmou ao ser questionado sobre eventuais alianças do PMDB com os tucanos para as eleições de 2018.
Ao ser perguntado sobre se o PSDB defenderá esse legado, ele respondeu que a legenda é que tem que decidir.
“O presidente Michel Temer fez mágica, fez mais mágica que o Mister M e o David Copperfield juntos”, acrescentou.
REFORMA MINISTERIAL
Jucá comentou ainda as mudanças que Temer deve fazer na Esplanada nos Ministérios. Para o peemedebista, a saída de Bruno Araújo (PSDB-PE) da pasta das Cidades, anunciada na segunda (13), acelera o processo.
“Isso precipita a discussão porque já é uma vaga que se abre”.
O PSDB possui ainda outras três pastas: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy) e Direitos Humanos (Luislinda Valois).
Questionado sobre quando a troca de ministros será anunciada, ele disse que isso é uma decisão do presidente. Para ele, é necessário indicar pessoas que permaneçam no cargo após abril, quando candidatos precisarão se descompatibilizar.
Na visão do senador, se isso não for feito, o governo teria apenas “ministros festivos”, brincou, ao dizer que o ministro que assumir agora e deixar a pasta em abril iria passar apenas datas como Natal, Carnaval e Páscoa no posto.
Jucá defendeu que o governo precisa fazer escolha de nomes técnicos e de pessoas experientes. Neste contexto, elogiou o nome do atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, para o lugar de Araújo. Occhi, que já ocupou a pasta das Cidades no governo Dilma Rousseff, vem sendo cogitado para o cargo.
Indagado sobre o tamanho que o PSDB terá nessa nova configuração, ele disse que é o partido que precisa definir isso. “A vontade de ocupar cargo e de nomear é vontade dupla. Se não houver vontade não vai ter cargo. Não vamos forçar o PSDB a ter cargo”, disse.
“O PSDB vai ter que definir que posição vai ter. A favor ou contra as medidas. Reconhecendo ou não tudo isso que está fazendo”.