Um homem de 21 anos foi morto nesta terça (2) em Valencia, na Venezuela, durante o que teria sido uma “tentativa de saque” após um protesto contra o presidente Nicolás Maduro.
Com a morte do jovem, o número de vítimas fatais desde que começaram as manifestações contra o governo venezuelano chega a pelo menos 30.
Em sua conta no Twitter, o Ministério Público da Venezuela afirmou que está investigando a morte, que teria ocorrido em “situação irregular”. O órgão são forneceu detalhes sobre que tipo de situação se tratava.
De acordo com a imprensa local, alguns manifestantes da oposição teriam começado a promover tentativas de saques a estabelecimentos no fim da noite desta terça (2). Foi quando um proprietário que achou que seria roubado atirou contra várias pessoas, atingindo e matando o jovem.
Segundo a agência de notícias Reuters, há relatos de outras mortes, mas as autoridades ainda não confirmaram.
CONSTITUINTE
Os protestos se intensificaram após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocar nesta segunda-feira (1º) uma Assembleia Constituinte “popular” para redigir uma nova Constituição, cujos integrantes serão eleitos por setores da sociedade e não pelo voto universal.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, classificou como “golpe” a proposta de Maduro.
“É mais um momento de ruptura da ordem democrática, contrariando a própria Constituição do país”, disse o ministro em declaração em rede social.
“Esta Constituinte não é uma Constituinte como nós fizemos aqui no Brasil, na qual todos os brasileiros votaram e elegeram seus representantes. Na Venezuela, quem vai eleger são organizações sociais controladas pelo presidente
Maduro para fazer uma Constituição de acordo com o que ele quer”, acrescentou.
A oposição venezuelana também chamou a proposta de golpe e prometeu continuar nas ruas contra o governo.
A crise política na Venezuela se acirrou no final de março quando o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) decidiu assumir as funções do Parlamento -controlado pela oposição-, gerando protestos locais e chamados internacionais para que o governo Maduro respeitasse a democracia.
O TSJ revogou a decisão, mas novos protestos se seguiram à decisão da Controladoria-Geral de cassar os direitos políticos de Capriles, governador do Estado de Miranda, por 15 anos.
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