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Jovem e trabalhador que faz bicos mantêm índice de desemprego em nível baixo

Desde junho de 2014, o mercado de trabalho manteve mensalmente um aumento expressivo na faixa de trabalhadores por conta própria, de cerca de 200 mil indivíduos a mais por mês ante igual período do ano anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro, 216 mil trabalhadores aderiram ao grupo dos que fazem dinheiro sem nenhum vínculo empregatício, formal ou informal.

 

Rio – Dois grupos de pessoas movimentaram favoravelmente o mercado de trabalho no ano passado, contribuindo para que a taxa de desemprego permanecesse em mínimas históricas, apesar da estagnação na geração de novas vagas: jovens que não trabalham nem buscam emprego e trabalhadores que decidem ganhar dinheiro por conta própria.

Embora tenham evitado uma alta no desemprego num ano em que a economia ficou praticamente parada, analistas alertam que esses grupos foram provavelmente engrossados por jovens com baixa escolaridade ou pessoas ocupadas em condições precárias. O fenômeno indica que a situação do mercado de trabalho não é tão boa, podendo se deteriorar já nos próximos meses.

“Não é aquele empreendedor que a gente imagina. É um bico para dar conta de gerar renda diante de um cenário de empresas mais cautelosas em relação a contratações”, afirmou o economista Rafael Bacciotti, analista da Tendências Consultoria Integrada. “O emprego está parado”, complementou.

Segundo Thais Zara, economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados, o próprio aumento da faixa de trabalhadores por conta própria já denota deterioração no mercado de trabalho. “Quando esse trabalhador começa a aumentar, já é um primeiro sinal de que a qualidade do emprego começa a piorar”, afirmou Thais. Já o aumento da inatividade, que também tem ajudado a manter a taxa de desemprego baixa, tem tido grande impulso dos jovens de baixa renda que não trabalham, não estudam, nem têm interesse em buscar uma vaga.

‘Nem nem nem’

Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, 68% dos jovens de 15 a 24 anos que se encontram nessa condição, chamada de “nem nem nem” (nem trabalha, nem estuda, nem procura emprego), estão em famílias com renda per capita de até um salário mínimo apenas 

A inatividade entre os jovens, porém, tende a diminuir caso a desaceleração da atividade provoque impacto no aumento da renda do trabalho – um dos principais fatores a favorecer o adiamento da busca por emprego. Em tempos difíceis, os mais novos tendem a sair à procura de uma vaga para complementar os ganhos domiciliares.

“A partir do momento em que o salário desacelerar com mais força, isso vai impactar o rendimento das famílias. Essas pessoas que estão fora da força de trabalho vão pressionar o mercado, e a taxa de desemprego deve ficar mais elevada”, alertou Bacciotti.

De acordo com a economista Joana Monteiro, pesquisadora do Ibre/FGV, o aumento dos “nem nem nem” nos últimos anos tem sido puxado por jovens entre 18 e 24 anos com ensino médio incompleto (que, diante de dificuldades, adiam a conclusão para o ano seguinte) ou completo (que sonham com uma vaga na universidade).

“O que mais explica esse fenômeno é o aumento de renda das famílias, no sentido de que, se os pais estão ganhando mais dinheiro, o filho não precisa trabalhar. Ele pode ficar naquele período de transição, de decisão. É a explicação mais plausível”, diz Joana. Uma hipótese adicional, segundo ela, é de que o salário reserva desses jovens tenha subido juntamente com a renda dos pais. Em outras palavras, o mínimo pelo qual o jovem brasileiro está disposto a sair de casa para trabalhar ficou mais caro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Agência Estado)

Marcley Matos

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