Ao longo dos últimos sete anos, o ex-governador José Eliton esteve dentro do ninho tucano. Pelo PSDB em Goiás, foi vice-governador, secretário de Segurança Pública na gestão Marconi Perillo e quando Marconi Perillo desincompatibilizou do cargo para disputar o Senado Federal ocupou a cadeira no Palácio Pedro Ludovico. Agora, pode usar essa trajetória para, com filiação formalizada nesta quarta-feira (30/03) ao PSB, ampliar os “campos progressistas” e a criação da “frente ampla” em Goiás e ter o PSDB ao seu lado.
“Se estamos buscando criar uma frente ampla. Ela parte do princípio que temos de agregar todas as forças como pano comum uma convicção da importância de valores, especialmente as questões relacionadas à defesa à democracia, do estado democrático de direito, das instituições e eu vejo que o PSDB nasce de uma formatação ideológica calçada em Mário Covas, que foi o primeiro voto que eu ainda jovem tive oportunidade em fazer”, explicou no discreto ato de filiação que aconteceu no diretório estadual socialista em Goiânia.
Eliton citou o ex-governador Henrique Santillo como e liderança histórica do PSDB. Disse que o ex-prefeito de Anápolis “sempre teve uma visão à esquerda” e fortaleceu as bandeiras de movimentos sociais em Goiás. Sobre Marconi Perillo, pontuou se tratar de um “democrata na essência de suas ações e atividades”. “Caso haja possibilidade de construir essa aliança, ele [Perillo] também será bem vindo, como outros partidos também devem vir.”
Mais importante do que ter partido X ou Y, Eliton destaca que o objetivo agora é que o PSB possa liderar esse movimento. “Me parece que temos a responsabilidade com o país e com Goiás, juntamente com outros partidos desse campo, de construir essa aliança que será importante para a democracia”, destacou.
União para impedir ‘projeto fascista’ em curso, avalia Elias Vaz
A filiação de José Eliton ao PSB provocou surpresa em alguns setores mas ela se explica no combate ao projeto político liderado por Jair Bolsonaro, tido por Elias Vaz como ‘fascista’. O deputado federal e presidente estadual do partido, define a filiação como a “reprodução de uma concepção do PSB” com a ida do também tucano Geraldo Alckimin a legenda socialista em São Paulo.
“A vinda do Alckmin teve esse caráter de uma ampliação do leque de pessoas que às vezes podem ter divergÊncias pontuais na pauta econômica, por exemplo, mas que tem uma unidade muito grande da defesa defesa da democracia e na busca do respeito às conquistas históricas que nós tivemos”, explicou. “Aqui em Goiás, estamos reproduzindo uma concepção a nivel nacional. José Eliton representa isso. Representa esse alargamento da construção de um projeto de alternativa para o país”, pontuou.
Trata-se de uma união de parlamentares e lideranças que querem deixar claro que lutam contra tal projeto político. “Não ficar omisso diante de uma tendência que temos dentro desse governo que é caminhar claramente para um projeto fascista. Então é muito sério, muito importante e nós achamos fundamental esse gesto que temos da filiação do Zé Eliton e vamos dialogar e ampliar ainda mais com a sociedade e a população de Goiás”, ponderou.
Vaz ainda considerou que Eliton pode, se quiser, ser candidato a qualquer cargo durante as eleições 2022. Seu nome, engrandece o partido, sobre todas as maneiras. “O Zé Eliton é uma pessoa que tem condição de ser candidato a qualquer coisa no partido. É óbvio que o PSB vai discutir com outras forças políticas sabendo que aqui temos pessoas com a devida qualificação e capacidade de preencher qualquer espaço dentro dessa construção de alternativa para Goiás. Isso é muito importante e engrandece a posição do PSB diante desses diálogos. Não tenho a menor dúvida que o Zé Eliton torna o PSB um partido com uma dimensão ainda maior na construção de um projeto político para Goiás”, destaca.