Os jornalistas brasileiros Leandro Stoliar e Gilzon Souza, da RecordTV, foram detidos neste sábado (11) pelo Serviço de Inteligência venezuelano no Estado de Zulia, no norte do país, denunciou a ONG Transparência Venezuela.
Eles investigavam as denúncias de suborno por parte da construtora Odebrecht na Venezuela.
“A comissão do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) os deteve e os acompanhou até sua sede em Maracaibo para ter uma entrevista. Ao chegar, tiraram seus telefones celulares. A Transparência Venezuela exige sua libertação”, afirmou a ONG em comunicado.
A organização relatou que os repórteres coletavam informações sobre uma ponte construída pela empreiteira brasileira no lago de Maracaibo, em Zulia. Dois ativistas venezuelanos que acompanhavam os jornalistas também foram detidos.
Procurada, a RecordTV afirmou que acionou o Itamaraty e a embaixada brasileira em Caracas para esclarecimentos. O Itamaraty confirmou que foi acionado pela emissora e disse que desde o início da tarde deste sábado está em contato com as autoridades venezuelanas para obter a liberação dos jornalistas.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela lamentou a detenção dos jornalistas brasileiros e exigiu sua soltura.
Na semana passada, o Parlamento venezuelano aprovou a investigação do caso Odebrecht, em um debate que contou com a presença de legisladores da bancada governista. A Comissão da Controladoria convocou os representantes legais da empreiteira brasileira na Venezuela para prestar esclarecimentos.
Em 26 de janeiro, o Ministério Público confirmou que pediu informações sobre o caso ao Ministério Público brasileiro e solicitou ordem de captura internacional contra uma pessoa não identificada, que estaria ligada ao escândalo.
Também na semana passada, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se comprometeu a concluir as obras da empreiteira no país.
Segundo declaração do ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Odebrecht pagou subornos na Venezuela que chegaram a US$ 98 milhões, ficando atrás apenas do Brasil.
Folhapress