O presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, apresentou detalhes a respeito de como chegou ao Onésio Brasileiro Alvarenga a denúncia de que o volante Romário, jogador do elenco colorado, estava envolvido na tentativa da manipulação de um jogo do Campeonato Brasileiro da Série B.
O caso ganhou repercussão nacional após a deflagração da Operação Penalidade Máxima que parte do Ministério Público do Estado de Goiás, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT). O objetivo é a obtenção de provas de associação criminosa especializada na manipulação de resultados de partidas de futebol profissional.
As investigações apontam que um grupo criminoso atua mediante a cooptação de atletas para a manipulação de resultados nas partidas por meio de ações como, por exemplo, o cometimento de pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras iniciativas. A meta do esquema criminoso é viabilizar o êxito em apostas esportivas de elevados valores. Em contrapartida, os atletas recebem parte dos ganhos, em caso de êxito.
Hugo Bravo afirmou que após tomar conhecimento de alguns “bochichos” de fora do clube, ligou o alerta. A partir daí começou a buscar informações sobre o fato envolvendo o jogador Romário: “Entrei em contato com quem tinha articulado todo o esquema e essa pessoa relatou que a combinação seria o jogo do Vila Nova contra o Sport, com um pênalti no 1º tempo”, explicou o dirigente.
Além da ação no Onésio Brasileiro Alvarenga, jogadores nas partidas entre Criciúma x CRB e Sampaio Corrêa x Tombense, também estariam alinhados para cometerem pênaltis. Os atletas seriam Matheuzinho, do CRB e Joseph, da Tombense.
Romário de acordo com as investigações recebeu um adiantamento no valor de R$ 10 mil e receberia R$ 140,00 após um resultado positivo da aposta. Como se quer foi relacionado para partida, o volante colorado, impossibilidade de fazer sua parte na tentativa de manipular ações para ganho em apostas esportivas, buscou convencer algum companheiro dentro do Vila Nova.
Hugo Bravo disse que o grupo de jogadores vilanovenses, ao tomar conhecimento de tudo, ficou bastante irritado com a atitude de Romário. “A ideia foi completamente rechaçada e inclusive falaram que eles iriam dar um couro nele (bater) aqui dentro. Porque sempre primamos em trazer atletas de caráter e as vezes, um ou outro está no meio, mas logo é visto por alguém que tem caráter e que busca blindar o clube desta situação”.
Cobrança
Como Romário recebeu um adiantamento e não devolveu, após não ser relacionado para o jogo Vila Nova x Sport, o apostador passou a fazer cobranças excessivas, buscando evitar o prejuízo. De acordo com o promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Fernando Martins Cesconetto, a expectativa era que o grupo tivesse um ganho final de aproximadamente R$ 2 milhões. O MP-GO isenta os clubes, entre eles, o Vila Nova Futebol Clube de qualquer participação no crime.
Jogadores e apostadores envolvidos podem responder por associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo. O Diário de Goiás tentou contato com as defesas dos jogadores Romário e Gabriel Domingos, mas não tivemos respostas. O espaço para a versão de todos os lados segue aberta.