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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Joesley Batista e Ricardo Saud se apresentam à PF em São Paulo

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Os delatores da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud chegaram à sede da PF em São Paulo na tarde deste domingo (10).

Eles chegaram ao prédio da Polícia Federal na zona oeste da cidade, em seus carros, por volta das 14h.

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Os dois vinham negociando como se apresentariam a polícia após a ordem de prisão expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, neste domingo.

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Segundo a PF, eles não vão a Brasilia neste domingo (10). A expectativa é que sejam transferidos para a capital federal na segunda-feira (11) em um avião da Polícia Federal.

Joesley esteve no fim de semana em um edifício na região dos Jardins, em São Paulo.

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Na casa dele, no bairro Jardim Europa, não houve movimentação pela manhã. Três carros saíram do imóvel, o último deles, um Porsche, dirigido pela jornalista Ticiana Villas Boas, mulher de Joesley.

O ministro Edson Fachin decidiu decretar a prisão do empresário e de Saud após ver “indícios suficientes de que os colaboradores omitiram” informações sobre a participação do ex-procurador Marcelo Miller no processo de delação premiada da JBS.

Na última segunda-feira (4), Janot anunciou a abertura de investigação para apurar possíveis irregularidades nas negociações da colaboração firmada com o Ministério Público.

O centro da crise é uma gravação, datada de 17 de março, em que Joesley e Saud indicam possível atuação de Miller no acordo de delação quando ainda era procurador -ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril. O áudio foi entregue pelos delatores no dia 31 de agosto.

Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios.

Os três, Joesley, Saud e Miller prestaram depoimentos entre quinta (8) e sexta (9). Janot não se convenceu dos argumentos. Para ele, há indícios fortes de que Miller participou sim da elaboração do acordo de colaboração.

Encontro

No sábado (9), Janot e o advogado de Joesley Batista, Pierpaolo Bottini, se encontraram em um bar em Brasília, um dia depois de a Procuradoria pedir a prisão do cliente dele e de Saud.

A informação foi divulgada pelo site “O Antagonista”, que reproduziu uma foto do encontro.

Bottini confirmou à Folha de S.Paulo o encontro. O advogado assinou a petição protocolada no Supremo, após o pedido de prisão feito por Janot, em que colocou o passaporte de Joesley à disposição e pediu audiência com o ministro Edson Fachin, que decretou a prisão do empresário e de Saud.

Outro lado

Em nota, Joesley Batista e Ricardo Saud afirmam que se apresentaram voluntariamente à PF e que não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada. Afirmam, ainda, que estão cumprindo o acordo.

“Em todos os processos de colaboração, os colaboradores entregam os anexos e as provas à Procuradoria e depois são chamados a depor. Nesse caso, Joesley Batista e Ricardo Saud ainda não foram ouvidos” , diz a nota.

Ambos afirmam que entregaram aos investigadores uma série de anexos complementares, além dos áudios, e estão à espera de serem chamados para serem ouvidos.

“O empresário e o executivo enfatizam a robustez de sua colaboração e seguem, com interesse total e absoluto, dispostos a contribuir com a Justiça”, finaliza a nota.

O advogado de ambos, Antonio Carlos Almeida de Castro, o Kakay, que assumiu a defesa dos executivos, afirma que eles prestaram declarações e se colocaram sempre à disposição da Justiça.

“Não pode o dr. Janot agir com falta de lealdade e insinuar que o acordo de delação foi descumprido”, afirmou.

Kakay disse que o pedido de prisão “é mais um elemento que forte que levará a descrença e a falta de credibilidade do instituto da delação”.

“A proposta de quebra unilateral, sem motivo, por parte do Estado, no caso representado pelo procurador-geral, gera uma insegurança geral para todos os delatores”, afirmou.

Segundo Kakay, Joesley Batista e Ricardo Saud agiram “com lealdade e continuam à disposição do Poder Judiciário ressaltando a confiança no Supremo Tribunal”. (Folhapress)

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