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“Quem diz se algo está bom ou ruim em Anápolis sou eu”, diz o prefeito

 

Prefeito João Gomes (PT) diz que seu perfil é um pouco “mais pragmático” do que seu antecessor, e reclama: “tem gente querendo colocar palavras na minha boca”. Ele recebeu e equipe do Jornal Tribuna do Planalto e fez uma análise do atual momento politico e da administração da cidade 

(Entrevista concedida aos jornalistas Eduardo Sartorato e Fagner Pinho no Tribuna do Planalto)

O prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), assumiu o comando da cidade há pouco mais de dois meses e já enfrenta algumas dificuldades em seu mandato. “Dificuldades que todos os prefeitos enfrentam”, pontua o gestor anapolino.

Morador da cidade há exatos 30 anos, o prefeito, que é empresário do ramo de materiais elétricos, defende a política de boa vizinhança entre ele e o governador Marconi Perillo. “Somos adversários políticos, mas como gestores, não podemos ser inimigos”, defende.

Durante esta entrevista concedida à Tribuna do Planalto na tarde da última quarta-feira, 11, o prefeito falou também sobre como pretende preparar Anápolis para o crescimento que se aproxima desta que é a terceira maior cidade do Estado e a segunda maior 

“Anápolis precisa de pelo menos 200 milhões de reais para fazer obras estruturantes e nós estamos correndo atrás disso”, lembra João Gomes que adianta que o município precisa entender que será um dos centros nervosos da economia do Brasil 

Por fim, o prefeito disse que Antônio Gomide, pré-candidato do PT ao governo estadual, está preparado para governar Goiás. “A posição do Gomide foi muito corajosa e coloca como um grande gestor e preparado para assumir um governo do Estado”, acredita. Confira.

Tribuna do Planalto – Como tem sido essa nova tarefa de governar Anápolis?
João Gomes – São 65 dias que estou no comando da administração, mas não é novidade para mim, pois participava ativamente da gestão. Já estamos aqui há cinco anos e sempre estive ao lado de Gomide, apoiando sua administração, planejando ao seu lado, ajudando a pensar a cidade, enfim, minha tarefa não era de apenas dividir agenda, mas sim participar ativamente da gestão. Isso me trouxe uma maior experiência, além de eu ser formado em gestão pública e ter experiência também como empresário. De qualquer forma, quando se deixa de ser vice e passa a ocupar a cadeira principal já é uma grande mudança. No meu caso, ainda houve um adicional de dificuldade, pois além de assumir a prefeitura, mantenho fazendo o trabalho que tinha como vice. Não há quem faça isso para mim. Gomide não experimentou essa falta que um vice faz, pois contou comigo por cinco anos ao seu lado. Sinto a falta de um respaldo nesse ponto. Outro ponto é que, como sempre fui ligado às lideranças de classe, lideranças eclesiásticas, lideranças locais, a minha acessibilidade às pessoas sempre foi fácil. Talvez seja outro fator de dificuldade, pois não consigo fechar as portas para essas lideranças. Gerir dessa forma é difícil, pois temos a cidade inteira para pensar, despachar com secretários, pensar a cidade, discutir e o tempo é curto para isso. Mas conto com uma equipe boa, que está animada e que confia em nosso trabalho. A diferença é que cada gestor tem seu estilo. Meu estilo é mais pragmático e a equipe pode se assustar um pouco com isso. Isso gera ansiedade com a equipe. Todos se perguntam também como será a transição. Temos mais de nove mil funcionários e todos se perguntaram como ficaria a gestão. Mas com o tempo fomos nos acertando, mantivemos a equipe de Gomide e as coisas vão se acertando naturalmente.

O senhor teve tempo para se preparar e ter um planejamento para assumir a prefeitura, já que não houve transição?
Isso provocou uma ansiedade muito grande em todos. Tanto na nossa parte quanto na nossa equipe. Porque foi muito rápido. No dia, às 5h da tarde ainda tinha gente em Goiânia discutindo e ligando aqui para saber se o Gomide tinha renunciado. A posição do Gomide foi muito corajosa e coloca como um grande gestor e preparado para assumir um governo do Estado. Apesar de já termos conversado sobre isso, não houve uma transição a miúdo das coisas da prefeitura. Agora, depois de alguns meses, as coisas vão se encaixando você vai vendo melhor, vai conseguindo imprimir seu ritmo com a equipe.

A gestão do prefeito Gomide foi muito bem elogiada, saiu com 91% de aprovação. Quais são os desafios hoje da cidade após uma gestão bem avaliada?
É importante lembrar que nós temos um planejamento. Nós temos ainda um grande desafio. Essa marca de 91% prova que a administração está bem avaliada, o que não quer dizer que nos não temos problemas. A leitura que o povo faz é que nos estamos no caminho certo. O grande desafio é manter esse planejamento, esse projeto. Manter a cidade no ritmo que ela está, já que ela está nos trilhos, está caminhado bem. A cidade tem feito uma leitura correta. Qualidade do povo melhorou, autoestima se elevou. Esse é o desafio é manter isso e para manter isso nós temos que estar atento à aquilo que nós planejamos. O planejamento que foi feito não foi apenas para 2013, nos temos 2014, 2015 e 2016. É uma sequência desse trabalho que vai, com certeza, manter ou não essa avaliação.

A prefeitura de Anápolis tem problemas ainda?
Anápolis é uma cidade centenária, que não foi planejada e que é fundo de vale, onde as águas correrem todas quase que para o mesmo lugar. Isso é um complicador para a gestão. Porque em alguns pontos bem centrais da cidade são áreas que têm brejo, com construções que estão sobre essas áreas há mais de 70 anos. Isso trás demandas que estão represadas há muitos anos. Nós não vamos conseguir resolver essas demandas sem fazer os enfrentamentos necessários. Fizemos muito em cinco anos e esperamos fazer mais até 2016. Quando eu vim para Anápolis, a cidade tinha 100 mil eleitores. Hoje ela tem 250 mil eleitores e quase 400 mil habitantes. O importante é dizer que nós estamos enfrentando todos os obstáculos e as demandas que vão surgindo. Começamos novas obras agora e certamente não vão parar por aí.

Nós sabemos que em períodos de eleições, a máquina para. Como que o sr. está se deparando com esse período?
Infelizmente não era para parar, pois não tem como você colocar uma administração no piloto automático. Não existe administração seja ela publica ou privada no piloto automático. São grandes os desafios grandes em função de ser um ano de eleição, mas vamos avançar, vamos superar isso aí. O mais importante é não perder o foco. O grande mérito da nossa administração foi o foco. Foram cinco anos focados no nosso projeto, no planejamento daquilo que nos queríamos. Sabemos de onde viemos, o que estamos fazendo e onde queremos chegar. Nós temos hoje 14 partidos na administração e alguns partidos são da nossa base aliada no município, mas em nível estadual não são. Mas nós vamos equacionar isso.

O que é melhor para o PT na visão do sr: uma candidatura própria do Gomide ou uma aliança com outro partido, como o PMDB por exemplo?
No meu entendimento a candidatura do Gomide já não esta mais em discussão. Ele não está com essa pré-candidatura na mesa para discussão. Dentre os Estados que o PT tem candidato, Goiás é um deles. Isso é um fato consumado, não só no diretório estadual como também no diretório nacional do PT. Isso não está em discussão. O Gomide está conhecendo o Estado com sua caravana e seu plano de governo dentro das potencialidades de cada região. Ele deve fechar ela agora dentro desse mês de junho fazendo o seu trabalho e a discussão em torno de sua pré-candidatura já é uma etapa vencida. Agora o PMDB é um partido da base nacional e esperamos tê-lo aqui na base estadual também. Conversar é importante. O PMDB é um grande partido que tem também seus nomes. A certeza que a gente tem é que, se não for neste primeiro turno, nós estaremos ou para lá ou para cá juntos em um eventual segundo turno.

E a composição ficaria mais forte com os partidos unidos…
Com certeza, se nos conseguíssemos unir toda base aliada da presidente Dilma em uma única candidatura, certamente nos estaríamos muito mais fortes. Isso era o que nós imaginávamos.

O que falta para isso?
Falta, primeiro, desprendimento. A gente precisa pensar num projeto. Se cada um pensar no seu projeto pessoal ou partidário, obviamente fica difícil. Eu estou muito tranquilo com relação à pré-candidatura de Antônio Gomide. Dentro do PT nacional ou estadual nós não paramos hora nenhuma para fazer essa discussão. A discussão hoje é o trabalho dentro da pré-candidatura dele. O PT esta tranquilo com relação a candidatura do Gomide. Essa discussão do Gomide ir para lá ou vir para cá não existe.

Mas com Gomide saindo candidato sozinho, não fica difícil enfrentar a base de Marconi Perillo que hoje têm 14 partidos?
Com certeza. Fica. Não tem eleição fácil. Quanto mais dividido mais difícil fica.

A expectativa é que o Gomide cresça durante a campanha?
Com certeza. Certamente ele já esta crescendo com o trabalho dele nas regiões com as caravanas, mas quando vier a campanha na televisão, certamente irá crescer mais. Gomide é um grande gestor. Foi vereador por 12 anos e está acostumado com essa liderança. Fez uma excelente administração aqui em Anápolis e está preparado para governar o Estado de Goiás. Tem alguns candidatos que são muitíssimos conhecidos, como um governador que tem 16 anos de poder e tem o Iris

 

Marcley Matos

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