O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para abertura de inquérito e início de investigações contra pessoas citadas na delação premiada do senador Delcídio Amaral na Operação Lava Jato.
Janot pretende investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, o deputado federal Marco Maia (PT-RS) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rego.
A autorização ou não será determinada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Teori homologou, em março, o acordo de delação premiada do senador Delcídio, firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR). À época, ministro também quebrou o sigilo do processo e divulgou o depoimento na íntegra.
Zavascki também incluiu a delação no principal inquérito da Operação, que tramita do STF. Entre os trechos incluídos estava uma citação à presidente Dilma Rousseff (PT), o vice-presidente Michel Temer (PMDB), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, Delcídio também citou Aécio Neves e afirmou que o senador recebia “pagamentos ilícitos”, pagos pelo ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo. “O depoente disse que não sabe precisar, mas sabe que Dimas operacionalizada pagamentos e um dos beneficiários dos valores ilícitos sem dúvida foi Aécio Neves”, informou trecho da delação.
Delcídio também afirmou que Cunha tinha pessoas indicadas em Furnas e usava requerimentos para convocar empresários que tinham contratos com a Petrobras. “Este procedimento de fazer requerimentos e usar expedientes parlamentares é muito comum do Eduardo Cunha”, diz outro trecho.
Em relação a Edinho Silva, o senador ex-petista informou que havia pagamentos ilícitos que envolviam o ministro, que à época era tesoureiro da campanha de Dilma, em 2014. “Chamou a atenção do depoente que laboratórios farmacêuticos e planos de saúde estejam sendo prestigiados, atualmente, pelo governo federal.
“Há verdadeira queda de braço para indicação de nomes para as agências reguladoras relacionadas com a área da saúde, até pela viabilidade negativa que o caso Lava Jato impôs aos setores de energia, engenharia e petróleo”.
Vital do Rego e o deputado Marco Maia estariam envolvidos, segundo a delação de Delcídio, por cobrar “pedágios para não convocar” donos de empreiteiras investigadas na Lava Jato, como Leo Pinheiro, da OAS, e Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia.
Com informações da Agência Brasil