Conhecida como ‘Janeiro Roxo‘, a campanha de conscientização e combate à hanseníase destaca que a doença ainda é uma realidade. Entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase. O resultado já é 5% superior ao total de notificações registradas no mesmo período de 2022.
“Para nós, o aumento (dos diagnósticos) nacional do último ano não é novidade, pois há uma grande subnotificação de casos no país”, disse o coordenador Nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Faustino Pinto, explicando que, paradoxalmente, o aumento de diagnósticos é, em um primeiro momento, algo positivo.
Faustino explica que, com a campanha nacional de esclarecimento e estímulo, as pessoas procuraram o serviço de saúde por iniciativa própria, buscando as causas de uma mancha na pele; área dormente ou dores nos nervos. Ele também acrescenta que a situação piorou de 2020 a 2021, devido à pandemia da covid-19.
A hanseníase, uma das doenças mais antigas da humanidade, ela é causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae) ou bacilo de Hansen. Essa bactéria é um parasita intracelular obrigatório com afinidade por células cutâneas e células nervosas periféricas, apresentando alto poder infectante e baixo poder patogênico, isto é, infecta muitas pessoas, mas poucas adoecem.
A Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, no boletim epidemiológico divulgado em janeiro de 2023, com os dados da doença relativos a 2022, admite que a pandemia impôs um desafio extra, exigindo estratégias direcionadas ao fortalecimento das ações de controle da hanseníase.
A secretaria confirma que, de 2019 a 2020, o total de casos diagnosticados caiu de 27.864 para 17.979. “A pandemia de covid-19 criou dificuldades para novos diagnósticos e para o tratamento de pacientes com hanseníase, contribuindo para a subnotificação e o pior prognóstico dos casos”, disse a Secretaria de Vigilância em Saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) a duração é de seis meses e para pacientes com hanseníase multibacilar (MB) a duração é de doze meses.
Como prevenção, o diagnóstico e o tratamento precoce são as principais formas de se blindar contra a doença, além da vacinação com BCG, de acordo com calendário vacinal. O diagnóstico da hanseníase é clínico realizado por meio do exame geral e dermatoneurológico.
Os sinais de suspeição da hanseníase são: