Um clássico imprevisível, que começou com atropelo do Palmeiras no Allianz Parque, teve pênalti perdido e uma série de chances desperdiçadas pelos anfitriões, terminou nas penalidades nesta quinta-feira. Após derrota por 2 a 1 no tempo normal, o São Paulo levou a melhor nas cobranças de pênaltis e avançou às quartas de final da Copa do Brasil.
O prenúncio era de que o Palmeiras, ao marcar dois gols em 12 minutos e dominar o São Paulo, construiria mais uma goleada. Mas errou nas finalizações, perdeu com Raphael Veiga a oportunidade de abrir 3 a 0 no segundo tempo e viu Luciano fazer da marca da cal o gol que levou a disputa para as penalidades, já que o primeiro duelo havia terminado com vitória tricolor por 1 a 0.
Ocorre que tudo deu errado para o Palmeiras no segundo tempo, e tudo deu certo para o São Paulo, que segurou o rival fora de casa e levou a disputa para os tiros livres. Nos pênaltis, o Palmeiras errou duas cobranças com Veiga (de novo) e Wesley, enquanto o São Paulo perdeu uma só, batida por Luciano. Jandrei brilhou ao fazer as duas defesas.
Atrás do título inédito da Copa do Brasil, o São Paulo conhecerá seu adversário das quartas de final na próxima terça, data do sorteio dos confrontos da próxima fase e dos mandos das partidas Ao Palmeiras, restam a Libertadores e o Brasileirão, do qual é líder.
Quem assistiu ao primeiro tempo pode ter achado que se tratava de um déjà vu de meses atrás. Como fez no segundo jogo da final do Paulistão, quando aplicou uma goleada histórica de 4 a 0 em seu estádio, o Palmeiras atropelou o São Paulo nos primeiros 45 minutos do duelo desta quinta. Empurrado pela sua torcida, o anfitrião foi intenso, veloz, aproveitou os espaços e encurralou o rival.
A vantagem são-paulina adquirida no Morumbi foi desfeita com nove minutos. Foi o tempo do gol de Piquerez, o seu primeiro com a camisa alviverde. O lateral uruguaio recebeu do jovem Gabriel Veron, que se redimiu pela ida à balada na antevéspera do clássico que lhe rendeu uma multa de 40% no salário, e apareceu na área para completar para as redes.
Aos 12, a vantagem no confronto passou a ser palmeirense. Dudu avançou pela esquerda e tocou para Raphael Veiga ampliar. O meia, carrasco do time do Morumbi, é o artilheiro da equipe em 2022.
O São Paulo foi capaz de sair de seu campo de defesa, passou a trocar passe e investiu nos avanços pela direita. Menos apático, mostrou uma leve melhora. Calleri teve nos seus pés a única chance tricolor, mas, posicionado quase na pequena área, chutou pra fora, rente à trave. O Palmeiras continuou dominante e não alargou ainda mais o placar porque Jandrei evitou um gol de Veron, que tentou driblar o goleiro, mas não conseguiu. Scarpa também teve suas chances.
O segundo tempo começou com indícios de que seria uma reprise do primeiro, isto é, com o Palmeiras dominante e superior a um combalido São Paulo. Ocorre que o time alviverde perdeu gols, desperdiçou um pênalti e viu a sorte virar azar em segundos. Vuaden foi ao monitor do VAR para assinalar penalidade que Calleri cometeu ao colocar a mão na bola. Veiga poderia fazer o terceiro gol, mas chutou por cima da trave.
De um possível 3 a 0 o placar se transformou em 2 a 1 porque o São Paulo diminuiu na sequência. Calleri foi puxado, na visão do árbitro, por Gómez na área. O juiz mais uma vez recorreu ao VAR para assinalar a marcação. Luciano deslocou Weverton e deixou o confronto empatado.
Um clássico dominado se transformou em um jogo complicado para o Palmeiras. Nervoso, o time da casa não foi mais capaz de dominar o rival como antes. Mesmo assim, continuou melhor, empilhando chances perdidas, com Dudu e Scarpa. Ambos pararam em Jandrei. Scarpa insistiu. Foram várias tentativas de distâncias diferentes, mas todas fora do alvo. Na disputa por pênalti, o goleiro são-paulino brilhou com duas defesas e garantiu a classificação são-paulina.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 (3) X 1 (4) SÃO PAULO
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael (Gabriel Menino) e Raphael Veiga; Scarpa, Dudu (Wesley) e Gabriel Verón (Breno Lopes). Técnico: Abel Ferreira.
SÃO PAULO: Jandrei, Diego Costa, Miranda (Nikão) e Léo; Igor Vinícius, Gabriel (Talles), Igor Gomes, Nestor (Pablo Maia), Patrick (Luciano) e Welington (Luizão); Calleri. Técnico: Rogério Ceni.
Gols: Piquerez, aos 9, e Raphael Veiga, aos 12 minutos do primeiro tempo; Luciano, aos 24 do segundo.
Juiz – Leandro Pedro Vuaden (RS).
CARTÕES AMARELOS – Wellington, Gabriel Neves, Rodrigo Nestor, Calleri e Nikão (São Paulo); Raphael Veiga, Gómez e Marcos Rocha (Palmeiras).
PÚBLICO – 41.361 torcedores.
RENDA – R$ 3.557.294,35.
LOCAL – Allianz Parque, em São Paulo.
(Conteúdo Estadão)