O Prêmio Jabuti anunciou, na manhã desta terça-feira (15), uma série de mudanças para a edição deste ano, cuja cerimônia para anunciar os vencedores acontece no dia 8 de novembro.
Entre as alterações, está a diminuição no número de ganhadores, que passam a ser apenas um livro, em vez dos três eleitos tradicionalmente.
A diminuição no número de premiados vai incluir também os livros do ano. Normalmente, eram eleitos dois ganhadores, um de ficção e outro de não ficção. Neste ano, contudo, o eleito receberá R$ 100 mil, em vez dos R$ 35 mil de praxe.
Dentro de cada categoria, o vencedor receberá R$ 5.000.
Há também um rearranjo que resulta em uma diminuição de categorias, que passam a ser 18 em vez de 29. Com o desejo de ser um prêmio mais voltado para os leitores do que para o mercado, o Jabuti agora também deixa de fora os livros de caráter muito técnico -como era o caso das categorias voltadas para livros de direito ou comunicação.
“O prêmio foi se tornando carne de vaca. Todo mundo ganhava, tinha aquela cerimônia longa. Passa três meses e você não sabe mais quem são os ganhadores. Queremos tornar o prêmio mais competitivo e que ele volte a ser disputado pelos autores”, diz Luiz Armando Bagolin, curador do troféu literário pela segunda vez.
As categorias foram organizadas em quatro grupos, com diversas categorias dentro de cada um deles. Os livros técnicos tendem a cair dentro do eixo de ensaios, que inclui biografias, humanidades e ciências, entre outras –mas a ideia é escolher livros que dialoguem com um número amplo de leitores e não apenas com um público acadêmico ou profissional.
Outra mudança é a criação de um modo de inscrição diferente para autores autopublicados. Para eles o custo será de R$ 327, em vez dos R$ 430 cobrados das editoras. Mas o livro precisa ter ISBN e seguir o regulamento.
Para todos os concorrentes, independentes ou não, desta vez não será mais preciso enviar exemplares pelos correios. O Jabuti aceitará inscrições em PDF, com exceção das categorias que avaliam o livro como objeto -projeto gráfico, capa, ilustração e impressão, esta uma categoria criada neste ano.
Desta vez, o troféu também premiará uma iniciativa de formação de leitores.
Como já ocorreu no ano passado, desta vez o júri será composto a partir de indicações por membros do mercado livreiro, que passarão pelo crivo do conselho curador do prêmio. Bagolin diz que a avaliação do conselho é para evitar que, com indicações abertas, chegue-se a jurados com conflitos de interesse. As sugestões podem ser enviadas a partir desta terça (15), até 15 de junho.
A ideia, diz o curador, é não ter um júri formado apenas de especialistas em cada área.
“Antes, 70% dos jurados eram acadêmicos, mas não havia leitores [comuns]. Se você não tem curso superior, você não podia ser júri do Jabuti. Mas, se você é livreiro há 50 anos e é um bom leitor, você não pode ser jurado? Essa mudança foi muito positiva para o prêmio”, questiona Bagolin. (Folhapress)