Principal delator do escândalo de corrupção da compra de direitos de transmissão de direitos esportivos, que culminou com a prisão do ex-presidente da CBF,
José Maria Marin, o empresário J. Hawilla morreu nesta sexta-feira em São Paulo, aos 74 anos.
Ele estava internado desde a última segunda-feira (21), no Hospital Sirio-Libanês, em São Paulo. Estava com problemas respiratórios.
Hawilla foi autorizado pela Justiça dos Estados Unidos a retornar ao Brasil em fevereiro, por causa de seus problemas de saúde.
Após fazer um acordo de delação, no qual pagou US$ 151 milhões (R$ 551 milhões), Hawilla aguardava a divulgação de sua sentença.
Ele negociava com a Justiça americana que não tivesse que voltar mais aos Estados Unidos.
Em 16 de março, o procurador Richard Donoghue pediu à juíza Pamela Chen, responsável pelo caso, que a sentença de Hawilla fosse adiada para 2 de outubro.
O prazo inicial era 23 de abril.
Hawilla teve câncer na garganta e sofria com problemas pulmonares. Há duas semanas, durante um voo de São Paulo para Rio Preto, sua cidade natal, passou mal. Para amigos, disse que chegou a pensar que morreria dentro do avião.
ESQUEMA DE PROPINA
Hawilla era colaborador na investigação sobre o esquema de pagamento de propina na Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol). Ele colaborava com as investigações do FBI desde 2013.
O empresário confessou ter pago suborno para o paraguaio Nicolas Lez (ex-presidente da Conmebol), o argentino Julio Grondona (ex-presidente da Associação de
Futebol Argentino, morto em 2014) e Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF).
Hawilla era proprietário da TV TEM, emissora que engloba quatro retransmissoras da Rede Globo, no interior de São Paulo.
Ele era o dono também da empresa de marketing esportivo Traffic Assessoria de Comunicação, que explorou direitos de comercialização de torneios como a Libertadores, Copa América e a Copa do Brasil. Também foi proprietário da rede de jornais Bom Dia, com presença em várias regiões do Estado.