A J&F, do empresário Joesley Batista, retomou negociações com o Ministério Público Federal (MPF) nesta segunda-feira (22) para tentar fechar um acordo de leniência e, assim, continuar habilitada para conseguir empréstimos e contratos com o governo.
As conversas com o MPF se estendem desde fevereiro e paralisaram-se porque a empresa não aceita para R$ R$ 11,2 bilhões em dez anos, como pediram os procuradores.
Diante do impasse, o MPF deu um ultimato à J&F. Caso a empresa não aceitasse pagar o valor proposto pelos procuradores até a sexta-feira (19) às 23h59, a proposta seria retirada e as negociações ficariam interrompidas.
A companhia se dispunha a pagar somente R$ 1 bilhão e chegou a R$ 1,4 bilhão na sexta. Sem acordo, o MPF retirou a proposta.
Por meio de sua assessoria, o MPF informou nesta segunda-feira (22) que as negociações foram retomadas, mas ainda não se sabe qual será a proposta dos procuradores.
Na versão anterior, que previa o pagamento de R$ 11,2 bilhões, o MPF havia concedido desconto de dois terços do valor original, que era de R$ 33,6 bilhões.
Desta vez, a J&F chega fragilizada para as conversas com o MPF porque responde a cinco investigações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A companhia teria comprado cerca de US$ 1 bilhão dias antes do conteúdo da delação de seus executivos vir a público, elevando a cotação da moeda americana.
Embora não exista definição sobre esse caso, há chances de que a companhia tenha cometido novo crime, descumprindo a cláusula do acordo de leniência de não rescindir em práticas ilícitas.