Já faz quase uma década que o alerta vem sendo feito por cientistas: a gonorreia resistente está ficando intratável. Agora, autoridades de saúde pública confirmaram dois casos nos Estados Unidos e que parecem ter uma grande resistência a todos os tipos de antibióticos disponíveis para o tratamento. É a primeira vez que cepas dessa doença e com essa resistência são identificadas nos EUA.
A justificativa, segundo mostrou o site Healthline, seria o aumento da atividade sexual durante a pandemia e a redução nos exames de saúde de rotina. Esses dois fatores aumentaram a disseminação de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não só nos EUA como em todo o mundo.
E não é só a gonorreia resistente. Outras infecções têm se tornado cada vez mais resistentes aos antibióticos disponíveis e isso é um problema e uma ameaça à saúde pública. Informações divulgadas já dão conta que infecções resistentes a antibióticos matam aproximadamente 700 mil pessoas a cada ano no mundo e, número pode subir para 10 milhões até 2050, se não houver algum tipo de intervenção para impedir a propagação de organismos resistentes.
Cientistas reforçam que a gonorreia é sexualmente transmissível e uma das infecções mais comumente diagnosticadas nas pessoas. A doença é causada pela bactéria Niesseria gonorrhoeae, que pode infectar as membranas mucosas dos órgãos genitais, reto, garganta e olhos. As pessoas podem ser infectadas sem apresentar sintomas.
Os primeiros sintomas da gonorreia geralmente são dor ao urinar, dor abdominal ou pélvica, aumento do corrimento vaginal ou sangramento entre a menstruação, mas muitas infecções são assintomáticas e os exames de rotina são importantes para detectar se há infecção. Inclusive, se não for tratada, a doença pode causar dor pélvica e infertilidade em mulheres e cegueira em recém-nascidos.
Sobre a “super gonorreia” diagnosticada em pessoas nos EUA, vale lembrar que essa cepa já foi identificada em países da Ásia e no Reino Unido.