Em meio a uma onda de protestos e conflitos entre palestinos e a polícia, Israel instalou neste domingo (23) novas câmeras de segurança na Cidade Velha de Jerusalém. A medida é considerada por autoridades uma alternativa aos detectores de metais, que resultaram em episódios de violência que deixaram ao menos oito mortos.
Israel adotou novas medidas de segurança na semana passada após atiradores árabes-israelenses matarem dois policiais no local. A instalação de detectores de metais, no entanto, gerou ira entre os palestinos, que acusam o país de tentar expandir seu controle sobre o terceiro lugar santo do Islã.
Desde então, protestos diários têm sido realizados nas proximidades da Cidade Velha e na Cisjordânia. Neste sábado (22), dois palestinos morreram durante confrontos com forças israelenses.
Apesar da instalação das câmeras, o presidente do comitê de Relações Exteriores e Defesa do Parlamento de Israel, Tzachi Hanegbi, afirmou que os detectores de metais não serão removidos dos acessos da Cidade Velha. Autoridades israelenses, entretanto, consideram reduzir o seu uso.
“Se eles [palestinos] não quiserem entrar na mesquita, então não entrem na mesquita”, disse Hanegbi.
O militar Yoav Mordecha, que lidera o órgão de defesa israelense para assuntos palestinos, disse que Israel está aberto a alternativas para diminuir as tensões.
“A única coisa que queremos é garantir que ninguém entre armado de novo e realize outro ataque”, disse Mordecha. “Estamos dispostos a examinar alternativas aos detectores de metais desde que elas garantam a prevenção de atentados”.
Mas o grão-mufti (máxima autoridade religiosa) de Jerusalém, Mohammad Hussein, disse à rádio Voz da Palestina que exige um retorno aos procedimentos que estavam em vigor antes do ataque aos policiais israelenses.
Em declaração divulgada neste domingo, instituições islâmicas em Jerusalém das quais Hussein apoiaram a declaração do grão-mufti e afirmaram “rejeitar os portões eletrônicos e todas as medidas de ocupação”.
A onda de violência será tema de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU nesta segunda-feira (23). O encontro foi solicitado pela Suécia, França e Egito.
Em comunicado comum, Estados Unidos, Rússia, União Europeia e a ONU pediram neste sábado para todas as partes exercerem a “máxima moderação e evitem as ações de provocação”.
O papa Francisco também se manifestou sobre os conflitos.
“Sinto a necessidade de expressar um apelo sincero para a moderação o diálogo”, disse durante oração no Vaticano neste domingo. (Folhapress)