O luto em perder uma criança que sequer teve a oportunidade de vir ao mundo no parto, ou mesmo quando o bebê não consegue resistir por muito tempo e acaba vindo a óbito precocemente pode ser muito doloroso à aqueles que por meses sonharam com suas criações. Dezenas de pais e mães sofrem e infelizmente, poderão sofrer a perda precoce de um filho. Neste sentido, o prefeito Iris Rezende sancionará às 9 horas da manhã desta terça-feira (15/10) um projeto de lei que institui no calendário oficial de Goiânia a Semana de Sensibilização à Perda Gestacional, Neonatal e Infantil.
Dezenas de pais e mães estarão reunidos na porta do Paço Municipal onde estarão vestidos de branco e soltarão balões da mesma cor em alusão aos filhos que partiram de forma tão precoce. A autoria do projeto é do vereador Andrey Azeredo (MDB). A data, 15 de outubro, não foi escolhida por acaso: em vários países este dia é celebrado como “Dia da Conscientização sobre Perda Gestacional e Infantil”. “Acredito que agora vamos ter políticas públicas mais efetivas direcionadas a estas famílias, tratando de forma mais adequada este momento único na vida destes pais”, acrescenta o vereador.
A lei deverá ser conhecida como “Lei Gregório”. Este foi o nome que o casal Sherloma e Felipe Aires deu ao seu filho, que viveu por apenas três dias. Eles foram os principais entusiastas da ideia, inspirando-se em ações semelhantes ocorridas em outros municípios. “Precisamos dignificar o luto desses pais, ampará-los e dar voz à sua dor. Precisamos quebrar o silêncio”, diz Sherloma. Ela e Felipe reuniram-se com o vereador e o projeto, então, foi construído a várias mãos. Antes mesmo da tramitação formal na Câmara, foi ganhando apoio de outros pais e entidades.
“Tive o privilégio e a honra de ser escolhido pelo Felipe e pela Sherloma. Eles são os idealizadores de tudo isso. Nosso objetivo é lutar por respeito ao luto dos pais que passam por este tipo de perda, dar visibilidade a um tema tão sensível como esse, dignificar o sofrimento e dar voz a estas famílias e promover a humanização do atendimento nos ambulatórios e hospitais”, detalha Andrey Azeredo.