Categorias: Política

Iris quer Gomide ou Vanderlan

Após decisão do PMDB de confirmar o ex-governador, Iris vai atrás de reforços para a sua chapa e deve fechar com PT ou PSB. 

(Acompanhe a reportagem de Sara Queiroz no jornal Tribuna do Planalto)

Após longos meses de indefinição, o PMDB enfim decidiu quem vai disputar as eleições para o cargo de governador de Goiás. Após reunião da executiva do partido no início da semana, o nome do ex-governador Iris Rezende foi aprovado como consenso, até por aqueles que ainda relutavam em aceitar. Iris deverá ir para mais uma disputa eleitoral contra o governador Marconi Perillo (PSDB). Com os problemas internos estancados provisoriamente, o novo passo para Iris é conseguir montar uma chapa forte, com reais condições de vitória. Antônio Gomide (PT) e Vanderlan Car­doso (PSB) são os mais cotados para essa composição.

A indefinição peemedebista trouxe, até então, uma perda considerada forte por partidários: o PT. Como Iris não foi anunciado anteriormente como pré-candidato único, o ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), foi postulado como pré-candidato próprio do Partido dos Trabalhadores no dia 29 de março e seguiu alheio às brigas internas do partido com o qual forma a aliança municipal. Como a Tribuna anunciou semana passada, os aliados de Gomide não acreditam que a pré-candidatura do PT seja retirada e o ex-prefeito continua com o projeto de disputar o pleito em outubro.

Mas uma decisão da executiva do PMDB acirrou os ânimos entre os antigos aliados. Os peemedebistas pediram uma resposta do PT sobre uma possível aliança até segunda-feira, 9, sob a condição de votarem contra o apoio nacional do PMDB. Mas Iris Rezende entrou em cena e descartou essa possibilidade. “Não haveria tempo para o PT tomar uma decisão tão importante como essa em tão pouco tempo. Seria uma pressão desnecessária”, explicou o ex-governador.

O presidente regional do PT, Ceser Donisete, afirmou que nenhuma pessoa do PMDB lhe comunicou tal resolução e que nada vai mudar a decisão tomada pelo diretório petista. “As pessoas que falaram isso não me comunicaram porque já sabem a minha resposta: não voltamos atrás na decisão”, reiterou. Sobre uma possível interferência nacional, o presidente afirmou que não existe essa possibilidade porque todas as decisões foram tomadas em conjunto.

Durante a semana também foi aventada a possibilidade de que os delegados peemedebistas pudessem votar contra a coligação nacional PT/PMDB, o que poderia ocasionar o fim da dupla Rousseff/Temer, mas no final da semana a possibilidade foi completamente descartada mais uma vez por Iris Rezende e a aliança no que dependesse de Goiás, está garantida.

Pressão
A ameaça de não apoiar Dilma, preocupou não só o PT, mas também o PMDB. A coligação que é vitoriosa desde 2006, já rendeu muitos benefícios para os peemedebistas e é tida como essencial para os dois partidos. Além disso, a união municipal em Goiânia também trouxe bons frutos a ambos, seja com a reeleição de Iris Rezende (PMDB) à frente da prefeitura ou com a de Paulo Garcia (PT).

Para conseguir mudar o panorama que se forma em Goiás, a cúpula do PMDB se mostrou comprometida em melhorar o clima entre antigos aliados. O presidente nacional, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), e o vice-presidente da República, Michel Temer, deverão estar presentes ao evento de oficialização de Iris Rezende como candidato ao governo estadual. A expectativa é que a presença de duas lideranças fortes em âmbito nacional possa controlar alguma decisão de voto contra o PT.

O encontro, que deve ocorrer ainda essa semana, foi adiado diversas vezes para se adequar a agenda de Raupp e Te­mer. Além da incompatibilidade de agenda, o próprio Iris solicitou um atraso no anúncio, pois precisava conversar com os antigos apoiadores de Júnior Friboi (PMDB), o que ocorreu no final da semana passada.

Além do presidente nacional e vice-presidente da Repú­blica, a presidente Dilma Rous­seff conta com outro apoiador em Goiás: Maguito Vilela (PMDB). Na última semana o prefeito de Aparecida de Goiâ­nia declarou que iria apoiar à reeleição da presidente, independente de quem o partido resolver apoiar. Maguito enfatizou que apoiaria Dilma em qualquer circunstância. “Se o PMDB goiano disser que vai apoiar outro candidato eu vou respeitar, mas vão ter que respeitar a minha posição”, enfatizou.

Gomide
A aliança com Antônio Gomide e consequentemente com todo o PT Goiás seria um caminho natural para o discurso peemedebista. Com vitórias atuais no cenário político, o discurso entre os antigos aliados poderia ter mais consistência e compatibilidade.

A volta da aliança PT/ PMDB seria acordada em uma vaga da chapa majoritária. O ex-prefeito de Anápolis ocuparia provavelmente a postulação para o Senado Federal e o vaga de vice poderia ser utilizado em outra aliança com outro nome do próprio PMDB. Mas as possibilidades ainda são remotas e, com a aproximação das con­venções, apenas uma ordem nacional poderia mudar o cenário.

Mas a volta de uma candidatura poderia causar um grande mal-estar interno no diretório petista e ainda existiria a possibilidade de Antônio Gomide não aceitar outro lugar em outra chapa. Os apoiadores do ex-prefeito de Anápolis também não demonstram estarem dispostos a apoiar outro nome, mesmo por ordem nacional.

A crise na prefeitura de Goiânia também poderia prejudicar uma futura coligação com o PMDB, já que o atual prefeito da capital, Paulo Garcia, foi sucessor de Iris Rezende em uma aliança tida como vitoriosa. Os problemas enfrentados pelo petista na administração prometem ser um das principais criticas durante a campanha eleitoral, que consequentemente poderá afetar a campanha do PT e seus aliados.

Vanderlan
Uma visita do pré-candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), à Iris Rezende abriu discussões sobre uma possível união entre o PMDB e PSB, com a possibilidade do pré-candidato Vander­lan Cardoso ser postulado co­mo vice na chapa do ex-governador. A aliança poderia ser firmada se Iris apoiasse a candidatura de Eduardo Campos em Goiás.

Com esse apoio, estariam descartadas as possibilidades do apoio peemedebista ao PT e à presidente Dilma. Mas Vanderlan declarou por diversas vezes que não houve tal acordo e que o encontro entre ele, Eduardo Campos e Iris Rezende não tratou sobre essa possível conjuntura.

O ex-prefeito de Senador Canedo conseguiu obter cerca de 16% dos votos goianos nas últimas eleições e aparece em terceiro lugar nas últimas pesquisas de intenções de votos. Apesar de ser cobiçado para uma coligação maior, Vander­lan enfatizou durante a semana que não queria ser o vice de Iris, portanto, vai disputar as eleições com candidato ao governo.

Mas uma das várias “chapas dos sonhos” imaginadas por peemedebistas é composta por Vanderlan e Ronaldo Caiado (DEM), como candidato ao Senado. Para a oposição, essa seria uma chapa forte e arrecadaria bastantes votos em outubro. Ronaldo Caiado ainda não se decidiu sobre qual aliança vai fazer parte e ainda abre diálogo com alguns pré-candidatos. Ele pode até mesmo lançar uma candidatura própria, o que seria difícil, ou ir para a base aliada.

Friboi
Após o empresário Júnior Friboi (PMDB) desistir de ser pré-candidato, alguns aliados ainda acreditavam que ele poderia voltar na decisão e disputar as convenções com Iris Rezende. Mas no início da semana passada, o empresário decidiu encerrar as atividades de seu escritório político e reiterou que não seria o candidato do PMDB. A partir dessa decisão, o nome de Iris foi colocado pela executiva peemedebista como o único com condições reais de ganhar o pleito.

Após chamar o ex-governador para participar das eleições, as conversas com partidos aliados foram retomadas e ele voltou a articular sua chapa majoritária. Para alguns iristas, a sua disposição é uma das maiores diferenças em relação em Friboi, que não conseguiu manter as negociações mesmo estando sozinho na disputa.

Marcley Matos

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