A guerra instalada nos bastidores do PMDB agora é mais que declarada. É aberta e documentada. No ápice das definições, os aliados do ex-governador Iris Rezende resolveram se mexer. Ainda que indiretamente, é possível dizer que Iris foi para o ataque, e contra Júnior do Friboi.

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Assim se resume o movimento da manhã desta quarta-feira, 19, no diretório estadual do partido, em que líderes peemedebistas protocolaram um documento pedindo a nulidade da pré-candidatura única de Friboi.

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Segundo o relatório apresentado, o “Movimento pela unidade do PMDB com Iris governador”, composto por 147 diretórios peemedebistas, cobra o recuo da Executiva, que oficializou o empresário como pré-candidato da legenda.

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O presidente Metropolitano do partido, vereador Mizair Lemes Júnior, um dos idealizadores do documento, ressaltou que nenhuma decisão pode ser oficializada por enquanto.

“Não estamos nos posicionando contra o Júnior, mas pedindo cautela para que fique claro que o PMDB ainda não apresentou sua decisão”, disse.

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Em sua fala, Mizair acrescentou que o partido quer o empresário na chapa, mas não como candidato ao governo. “Entendemos o potencial do Júnior do Friboi, mas estamos interessados em vencer as eleições. Para isso, precisamos ser práticos. Hoje é muito mais fácil sairmos vitoriosos com o Iris. Seus eleitores são certos, mas a transferência de votos para outro candidato, não.”

O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), que também participou do evento, destacou que a questão central do momento é abrir espaço para que outros nomes se apresentem até junho, mês das convenções.

Agenor admitiu que o nome esperado pela militância é o do ex-governador Iris Rezende, o que não impede outras postulações. “Depois que o caminho for aberto, qualquer um pode passar”, disse.

Dentre suas considerações, Agenor ressaltou que Iris já está no processo. “Seu silêncio faz parte do seu comportamento de líder. Ele tem o direito de esperar o melhor momento para se manifestar, assim como os correligionários têm o direito de reivindicar a cabeça de chapa para o ex-governador”, acrescentou.

O vice-prefeito enfatizou que as divergências não demonstram fragilidade, mas força de um partido com o porte do PMDB.

Sobre a aliança com o PT, Agenor não descartou e disse que o prazo para as definições é junho. “Até lá, muita coisa pode acontecer”, disse.

O documento foi assinado pelo presidente Metropolitano do partido, Mizair Lemes Júnior, pelo ex-prefeito de Trindade Ricardo Fortunato, o atual prefeito de Crixas, Orlando Naziozeno, o ex-secretário José Nelto, o vereador de Rio Verde Paulo Henrique Guimarães, o presidente do PMDB Jovem, Pablo Rezende, e a presidente do PMDB Mulher, Cleuza Assunção.

 

Segue a íntegra do documento:

Senhor presidente,

Nós, Ricardo Fortunato, Orlando Nazeozeno, José Nelto, Paulo Henrique Guimarães, Mizair Lemes Júnior, Naudiomar Elias, Cleuza Assunção e Pablo Rezende, membros da Comissão Permanente do “Movimento pela Unidade do PMDB com Iris Governador”, vimos cobrar a nulidade da decisão da Comissão Executiva estadual que decidiu homologar o nome de José Batista Júnior, o Júnior Friboi, como único pré-candidato a governador pelo partido, desconhecendo outras pré-candidaturas já postas internamente, além de inibir a apresentação de nomes em outro momento.

Vale ressaltar que das competências atribuídas à Comissão Executiva Estadual, de acordo com o artigo 86 do Estatuto, não consta a escolha de candidato ou mesmo pré-candidato do partido e, tão pouco,  consta tal atribuição como competência concorrente ou delegada à Comissão Executiva.

É bem verdade que a possibilidade de pré-candidatura está prevista no Estatuto com a realização de prévias. Entretanto, tal possibilidade também não é atribuição da Comissão Executiva.

Vale também ressaltar que a Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) determina que a escolha de candidatos seja feita em Convenção, a realizar-se sempre no mês de junho do ano em que ocorrer as eleições.

Desse modo, e considerando que aquela decisão da Comissão Executiva Estadual, motivo deste protesto, não tem amparo estatutário e nem legal; considerando que aquela decisão não tem o aval de diversos segmentos e lideranças do partido, conforme comprova o Manifesto entregue no dia 27 de fevereiro ao presidente e, principalmente, considerando o mal-estar que aquela decisão vem causando ao partido, é que requeremos que seja declarada sua nulidade absoluta.

 

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