Bateu, levou. O ex-governador de Goiás e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) reagiu a uma provocação do Palácio das Esmeraldas com veemência.
Em carta publicada hoje em O Popular, Iris, ao responder o presidente da Agetop, Jayme Rincón – que o criticou em carta publicada na semana passada –, direcionou sua verve não a Rincón, mas ao seu chefe, o governador Marconi Perillo (PSDB). Foi duro.
“Uma característica marcante do governador Marconi Perillo (PSDB) é bater com mão alheia. A sua coragem é terceirizada. Outra, copiada por seus assessores no ato de chicotear os inimigos, é faltar com a verdade”, diz o peemedebista.
“Faltar com a verdade”, em ‘tradução’ livre e óbvia, é mentir. Quer dizer, Iris diz que Marconi mente. A outra expressão, terceirizar coragem, tem a ver com sua resposta ser direta a Marconi, e não a Rincón. Iris entende que o ataque do presidente da estatal é a ponta do chicote que estaria nas mãos do governador.
Essa estratégia do tucano é antiga. Em outros tempos, assessores que se prestaram ao mesmo serviço chegaram a ser qualificados como “cães raivosos”, que rosnam e modem em nome do ‘chefe maior’ – e aqui, outra expressão usada cirurgicamente por Iris.
‘Chefe maior’ surgiu nas investigações da Polícia Federal em conversas que indicavam se tratar de Marconi Perillo.
No caso da batida com mão alheia, o governador normalmente foge do assunto depois ou procura o atingido para se justificar, dizendo que nada tem a ver com o caso. Dá uma de santo, depois de seus ‘prepostos’, como Iris define Rincón, terem feito o diabo.
Na carta que enviou ao Popular e que foi publicada dia 8, Rincón atacou fortemente Iris e sua mulher, a deputada Iris Araújo. E o fez como se nada tivesse com as investigações da Polícia Federal referentes à CPMI. Logo ele que surge de forma em diversas conversas gravadas em situação no mínimo… questionável.”
“A deputada e seu marido ainda não se conformaram com a derrota de 2010 e continuam no palanque”, atirou o presidente da Agetop. A resposta de Iris, na bucha: “Palanque armado no Estado quem tem é o PSDB, desde 1998 e já agora para 2014. Enquanto isso, Goiás agoniza.”
Abaixo, a íntegra da resposta de Iris e do ataque de Rincón, ambos publicados em O Popular.
CARTA DE ÍRIS REZENDE:
Ainda o fim da CPMI
Uma característica marcante do governador Marconi Perillo (PSDB) é bater com mão alheia. A sua coragem é terceirizada. Outra, copiada por seus assessores no ato de chicotear os inimigos, é faltar com a verdade.
Em carta a este jornal, o presidente da Agetop, Jayme Rincón, que fala em nome do maior, seu chefe, falta com a verdade para desviar-se do que realmente deveria responder: a inexplicável relação do governador e de sua administração com o contraventor Carlinhos Cachoeira. É o que mostram os fatos e documentos da CPMI.
É sabido que tanto eu quanto a deputada Iris de Araújo sempre nos colocamos à disposição para qualquer tipo de investigação, inclusive, no meu caso, me dispus a ir à CPMI voluntariamente.
Devo lembrar que o meu nome e o da Iris em nenhum momento foram colocados em xeque nas investigações da Polícia Federal. Já o do governador e de seu preposto Jayme Rincón, aparecem em centenas de conversas questionáveis.
Sou o único político de Goiás que teve a sua vida devassada pelo Ministério Público devido a uma denúncia formulada pelo governador, em 1998, na Procuradoria-Geral de Justiça. Nessa época, compareci espontaneamente ao MP e abri meus sigilos fiscal e bancário. Durante seis anos investigaram a minha vida, e ao final desse tempo o MP concluiu que nada havia de irregular.
Eu e a Iris, ao contrário de quem nos ataca ou nos manda atacar, sempre primamos por ser motivo de orgulho para Goiás. A nossa história fala por nós. Palanque armado no Estado quem tem é o PSDB, desde 1998 e já agora para 2014. Enquanto isso, Goiás agoniza.
Iris Rezende Machado
CARTA DE JAYME RINCÓN
Fim da CPI
Em relação à reportagem Iris diz que CPI não pode “fechar as portas”, quem enterrou a CPMI em Brasília com medo de que as investigações evoluíssem para o esquema Delta/Cachoeira na Prefeitura de Goiânia, Dnit e governo do Rio de Janeiro, foi o partido da deputada Iris de Araújo.
Ao contrário do que fizeram Iris de Araújo e seu marido, que entraram na Justiça para não ser investigados e não ter seus sigilos quebrados, o governador Marconi Perillo foi à CPMI, pediu para ser investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e abriu os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
O que chama a atenção é o temor do ex-prefeito em permitir que as CPIs investiguem suas relações com o esquema Delta/Cachoeira, até hoje mantidas sob sigilo, bem como o pagamento milionário feito por ele à Qualix às vésperas de deixar a Prefeitura. É bom ressaltar que quem trouxe a Delta e incrementou seu crescimento em Goiás foi Iris Rezende.
A deputada e seu marido ainda não se conformaram com a derrota de 2010 e continuam no palanque. Ela não apresenta nenhuma sugestão, projeto ou emenda que possam beneficiar o Estado, ao contrário, trabalhou nos bastidores na tentativa de impedir o empréstimo de R$ 1,5 bilhão para a infraestrutura de Goiás. O discurso e as ações raivosas do casal já foram derrotados várias vezes nas urnas em Goiás e mesmo assim eles não mudam a postura para apresentar propostas concretas para a melhoria de Goiás.
Jayme Rincón
Presidente da Agetop