A aposentadoria política de Iris Rezende durou poucas semanas e ele voltou ao cenário como candidato a prefeito de Goiânia. Em 6 de julho, ele divulgou uma carta em que falava da importância de dar espaço aos jovens do PMDB e que o afastamento era irreversível. Nesta quinta, 4, confirmou com os aliados que atende aos insistentes pedidos e desiste da desistência. Ou seja, desaposentou. “Um dos momentos de profunda emoção”, disse Iris em discurso no escritório político dele, no Setor Marista.
Antes de Iris, o presidente do diretório regional do PMDB, Daniel Vilela, leu um documento assinado por lideranças e filiados do partido que pediram “mais esse sacrifício” do líder peemedebista.
O ex-prefeito afirmou que se sentiu constrangido quando havia anunciado que não pretendia disputar as eleições. Ele ressaltou que enquanto foi vivo e tiver saúde continuará lutando por Goiânia e por Goiás.
“Eu venho agora. Não podia negar. Saí daqui constrangido aquele dia que li a nota. Eu senti que não agradei as pessoas que me viam e que me ouviam. De repente vem o gesto dos pré-candidatos e eu obrigando a eles que tinham que lançar os nomes. Eu quero dizer a vocês, vou agora de uma vez por todas, enquanto eu tiver vida e saúde vou continuar lutando por esta cidade e pelo meu estado ao lado deste jovens que representa a nossa esperança”, argumentou.
O evento de anúncio da candidatura sucede uma reunião entre Iris Rezende e os pré-candidatos que haviam registrado o interesse de disputar a vaga na Convenção partidária. “Uma eleição não se brinca, eleição tem que trabalhar e convencer o eleitor que somos os melhores. Os candidatos a vereador são peça importante”, destacou Iris Rezende.
Antes do anúncio oficial, aliados de Iris já comunicavam da candidatura. “O povo de Goiânia ganhou um presente nesta quinta-feira, 4, Iris Rezende voltou a ser pré-candidato à Prefeitura de Goiânia. Atendendo a um apelo dos goianienses, um apelo de grandes lideranças e reconhecendo a sua responsabilidade com a cidade, ele decidiu ficar na disputa”, disse Andrey Azeredo, que registrou pré-candidatura por pouco mais de 24 horas e que será candidato a vereador.
O senador e presidente do DEM em Goiás, Ronaldo Caiado, participou do anúncio de Iris sobre a candidatura à Prefeitura de Goiânia este ano e afirmou que manterá a aliança com o PMDB. “Ele nos atendeu e coloca a candidatura com um sentimento hoje de todos aqueles que fizeram parte com ele nas eleições de 2014. Seja Democratas, PMDB, Solidariedade, Pros, que agora numa campanha que é um sentimento muito maior de toda a cidade de Goiânia e um sentimento de todas as lideranças unidas em torno do nome dele”.
Questionado sobre os boatos de que o PMDB estaria conversando com o PSDB para firmar aliança, Caiado disse que as posições dos dois partidos são divergentes e que é impossível o DEM caminhar junto com o PSDB. “Iris é um homem com uma história de coerência, de posição, de princípios, de modelo de gestão. Cada um tem a sua maneira de governar. Iris tem a característica e o estilo dele que não coincide com o modelo do atual governador. Então, eu tenho certeza que o nosso ex-governador Iris Rezende saberá exatamente fazer uma ampla composição, mas dentro daquilo que sempre foi o pensamento dele. É lógico que não alinhado com esse grupo que está atualmente no governo porque não tem nenhuma convergência nem de ideias muito menos de gestão com aquilo que Iris prega e aquilo que todos nós, dos partidos aliados, temos como propostas e projetos para o Estado de Goiás”.
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Durante discurso Iris Rezende, diferente do que disse Caiado destacou que não se pode dispensar apoio. “Não vamos dispensar voto, nem apoio de ninguém. Quem quiser nos apoiar, que nos ajudem”, afirmou.
Histórico
Depois de receber diversas pessoas em seu escritório político nos últimos dias, na manhã desta quinta-feira (4), Iris Rezende subiu em cima de um móvel na recepção do espaço e ali discursou para os presentes em que comunicou que conversaria com os pré-candidatos antes de oficializar a decisão dele.
Na oportunidade Iris se dizia que ficou emocionado com as manifestações que pediram o retorno dele. O ex-prefeito de Goiânia dizia que era necessária a conversa com os pré-candidatos já registrados no Diretório Metropolitano do PMDB para que não ocorressem problemas entre os partidos.
“Indiscutivelmente são manifestações que tocam, que a gente nota a sinceridade, a pureza das pessoas que se reúnem manifestando um objetivo. Foi o que disse aqui. Hoje tenho que tomar uma atitude, hoje à tarde vou decidir, conversando com os pré-candidatos, já inscritos lá no diretório, pois não tenho interesse de atropelar, nem ofender, nem desprezar quem quer que seja. Se eu entendo que cheguei onde cheguei na vida pública foi porque respeitei as pessoas por mais humildes que sejam”, destacou.
Sem Iris, seis nomes figuraram como pré-candidatos e seriam apresentados na convenção do partido. Cinco deles fizeram registro no Diretório Metropolitano do partido: Andrey Azeredo, Agenor Mariano, Rodrigo Ceasa, Jorge Karatê e Fred. Apenas o presidente da legenda e deputado estadual, Bruno Peixoto que se colocou como pré-candidato não havia feito registro.
Durante o processo, após o anúncio de Iris de que não seria candidato, a ala “Maguitista” do PMDB defendia aliança com Vanderlan Cardoso (PSB).
No dia 15 de julho, ocorreu uma das principais mobilizações, o evento Fica Iris. Na ocasião Iris Rezende pediu compreensão das pessoas da decisão dele anunciada no dia 6 em que disse que seria irreversível a participação dele no pleito, mesmo se ocorressem mobilizações.
Agenda
A convenção do PMDB que oficializará o nome de Iris para a disputa em Goiânia está marcada para o meio dia desta sexta-feira (5), na sede do Diretório Estadual do partido, no Setor Aeroporto, próximo ao Centro de Convenções da capital.