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Investimento vai substituir consumo como motor do PIB global, diz banco

Um dos motores do crescimento de 3,8% do PIB global no próximo ano deve ser a retomada dos investimentos corporativos nos países desenvolvidos e líderes emergentes, após anos de dependência do emprego e do consumo nessa função.

A avaliação é do Credit Suisse, que divulgou nesta quinta-feira (23) o relatório de perspectivas de investimentos para 2018.

“Com a confiança empresarial e lucros em alta, mas os limites de capacidade apertando, nós esperamos que os investimentos corporativos acelerem em 2018, especialmente em manufatura, tecnologia da informação, transporte e armazenamento, e serviços de utilidade pública”, afirma o banco.

As propostas de corte de impostos em discussão nos Estados Unidos e na Alemanha também contribuem para esse cenário. Esse maior fôlego empresarial também deve se traduzir no aumento das operações de fusão e aquisição.

O aumento da produtividade esperado por esses investimentos deve limitar a pressão inflacionária no próximo ano, cuja média global deve ficar em 2,7%. O crescente espaço ocupado pelo comércio virtual, que permite maior transparência e concorrência, é uma das forças que devem segurar a inflação nos próximos anos.

O Credit Suisse, contudo, não descarta o risco de superaquecimento do mercado de trabalho nos EUA, Alemanha e Japão, o que pode levar a um aumento dos preços.

No caso americano, esse efeito é especialmente importante uma vez que pode levar o Fed (o banco central do país) a intensificar a subida de juros -já esperada pelo mercado, mas de modo gradual- no próximo ano.

Além do Fed, o Banco Central Europeu e seus pares em países desenvolvidos também devem voltar a subir a taxa básica de juros no próximo ano, na avaliação do mercado.

O movimento a princípio acompanha a expectativa de crescimento econômico, mas pode transformar-se em uma ameaça ao desenvolvimento a depender de até que ponto os BCs levarem seu ciclo de alta.

Nesse cenário, o Credit Suisse aponta que a renda variável deve valer mais a pena para investidores em relação a ativos de crédito. A previsão é de que as ações de mercados emergentes gerem retornos na faixa de 10% a 15% em 2018.

Emergentes

O desempenho econômico das economias latinoamericanas no próximo ano estará fortemente atrelado ao cenário político: Brasil e México realizam eleições presidenciais, e Argentina, legislativa.

“Depois de anos de escândalo e incerteza no Brasil, a probabilidade é de que um presidente reformista que possa encaminhar as reformas necessárias seja eleito, dando sustentação à recuperação econômico”, analisa o relatório.

A previsão do banco é que a economia brasileira cresça 2,5% em 2018, com inflação em 4%.

Na Argentina, o presidente Mauricio Macri deve continuar com sua agenda de reformas no próximo ano. Já no México, onde o candidato de esquerda lidera as pesquisas de intenção de voto, o cenário é de maior incerteza em relação ao avanço de reformas, diz o Credit Suisse.

A perspectiva para a China é mais moderada, cujo crescimento não deve acelerar diante da política de restrição do crédito do país, segundo o relatório. A preocupação, nesse caso, é em evitar uma desaceleração muito grande. A previsão é de crescimento de 6,5% do PIB no próximo ano.

Millennials

O Credit Suisse também destaca em seu relatório que 2018 deve marcar a entrada definitiva dos “millennials” -a geração que já nasceu na era digital- como agentes relevantes na economia mundial. De acordo com pesquisa feita pelo banco, os interesses que norteiam o grupo são eficiência energética, o consumo sustentável e a tecnologia “blockchain”, usada em criptomoedas, como o bitcoin.

“Estamos focados no impacto causado pela próxima geração de investidores -os Millennials. Temos a sensação de que 2018 será lembrado como o ano em que eles deram passos importantes para se tornarem a força decisiva sobre temas relevantes”, afirma, em nota, Nannette HechlerFayd’herbe, responsável pela área de estratégia de investimento e pesquisa do Credit Suisse.

Por outro lado, uma preocupação desse grupo são os preços de habitação, em alta nas economias desenvolvidas. (Folhapress)

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Thais Dutra

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