Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula afirmaram que as perguntas feitas pelo juiz Sergio Moro no depoimento desta quarta-feira (10) foram “perseguição política” e “ilegítimas”.
Em entrevista a jornalistas após o interrogatório, Cristiano Zanin Martins, José Roberto Batochio e Valeska Teixeira Martins reclamaram de questionamentos do juiz a respeito de temas que não estavam inclusos na ação, como o sítio de Atibaia (SP) e o caso mensalão.
Neste processo, Lula é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, como um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e o armazenamento de bens em sua mudança após deixar a presidência. Lula nega as acusações.
“Nós temos elementos muito claros e concretos, listados e comprovados, que mostram uma atuação parcial do juiz”, disse Martins.
“O que ficou claro é o seguinte: o ex-presidente Lula é uma pessoa inocente, a sua inocência está claramente demostrada e buscou-se fazer ali uma cena que não tem qualquer relação com o processo judicial e sim uma cena de perseguição política”, afirmou o advogado.
Batochio questionou também o fato de o julgamento ser conduzido em Curitiba, apesar de as acusações estarem relacionadas ao Estado de São Paulo.
Uma das estratégias da defesa é tentar anular o julgamento com base nesta premissa. “Temos crença jurídica de que isso um dia vá ser reconhecido. Se isso, acontecer os processos são absolutamente nulos, porque diz a lei que sentença dada por juiz absolutamente incompetente é sentença nula”, disse Batochio.
Segundo ele, “esse processo contra o ex-presidente Lula tem coisas muito estranhas que até agora não foram devidamente explicadas”.
Lula depôs por cerca de cinco horas, no prédio da Justiça Federal em Curitiba, rodeado por um pesado esquema de segurança montado pelas polícias Federal e Militar. (Folhapress)