Policiais federais detiveram hoje (23/07), no estado de São Paulo, quatro suspeitos de acessar, sem autorização, o telefone celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Os detidos também são suspeitos de terem interceptado e divulgado parte das comunicações do ministro.
Em nota, a Polícia Federal se limitou a informar que os quatro suspeitos foram detidos em caráter temporário nas cidades de Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto e integram uma organização criminosa que pratica crimes cibernéticos. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.
A operação foi batizada de Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.
Ainda de acordo com a PF, as investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados. Procurado, o ministro Sergio Moro ainda não se pronunciou sobre o assunto.
A assessoria da PF informou que, por ora, não fornecerá detalhes a fim de não atrapalhar as investigações.
No começo de junho, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que hackers tinham tentado invadir o telefone celular de Moro. De acordo com a pasta, o ministro só percebeu a tentativa no dia 4 de junho, quando recebeu uma ligação do seu próprio número. Após a chamada, Moro recebeu novos contatos por meio do aplicativo de mensagens Telegram, que o ministro afirma que já não usava há cerca de dois anos. Imediatamente, o ministrou abandonou a linha e acionou a Polícia Federal.
Dias depois, trechos de mensagens que o ministro trocou com procuradores da força-tarefa da Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), passaram a ser divulgados por veículos de imprensa, principalmente, pelo site The Intercept Brasil. Segundo o site, os arquivos foram entregues por uma fonte anônima.
Desde o dia 9 de junho, o site tem publicado em parceria com a Folha, Veja e o jornalista da Band News, Reinaldo Azevedo reportagens que se baseiam no conteúdo das conversas vazadas entre o então juiz Sérgio Moro e procuradores da operação Lava-Jato. As conversas sugerem que Moro era mais do que apenas um juiz que faria as condução dos julgamentos. Ele atuava como uma espécie de “chefe-de-fato” de toda a Operação, desrespeitando atos jurídicos e a Constituição. O assunto tem pautado outros veículos e moldado a opinião de pessoas. Para alguns, Moro tem sido vítima de um ataque e suas conversas reforçam apenas que fez um bom trabalho na Operação. Para outros, Moro deve se afastar do cargo até que as investigações possam ser encerradas.
(Com informações da Agência Brasil)