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Instituto privado de apoio à pesquisa lança 1º edital

Com o objetivo de incentivar os cientistas brasileiros a buscar resposta às grandes perguntas de seus campos, o Instituto Serrapilheira, entidade nacional privada de fomento à ciência, lançará nesta quarta (19) seu primeiro edital para seleção de projetos.

O anúncio oficial deve ser feito às 13h durante a reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que ocorre em Belo Horizonte.

“Uma coisa que percebi é que os pesquisadores brasileiros têm certa resistência a fazer grandes perguntas, se arriscar mais”, diz o geneticista francês Hugo Aguilaniu, diretor do Serrapilheira.

Para tentar modificar essa característica, o instituto propõe algumas novidades. A principal delas é a seleção de sete grandes temas -energia, espaço, forma, identidade, informação, matéria e tempo- nos quais os pesquisadores terão de enquadrar suas propostas de pesquisa.

A ideia, explica Aguilaniu, tem dupla função: a primeira é fazer com que os cientistas reflitam sobre como suas perguntas se relacionam com as questões gerais da ciência.

Suponhamos, diz o diretor do Serrapilheira, que alguém trabalhe com uma proteína da mitocôndria celular. “Ele precisa pensar por que isso interessa. Ele então percebe que a proteína tem impacto sobre a forma da mitocôndria, o que influencia o metabolismo, que está ligado ao que a pessoa come, ou seja, à nutrição, que, por fim, se relaciona com o tema energia.”

Além disso, o instituto considera que essa é uma maneira eficaz de fazer divulgação científica. “São conceitos que todos entendem e que aproximam as pessoas da ciência”, afirma Aguilaniu.

O foco são os jovens pesquisadores, mas a seleção será feita segundo a “idade científica”. Serão aceitas propostas de quem tenha recebido o título de doutor a partir de 2007. Mulheres com filhos terão flexibilidade: um ano a mais para cada filho, até dois.

Para João Moreira Salles, idealizador do Serrapilheira junto com sua mulher, a linguista Branca Vianna Moreira Salles, uma das virtudes da chamada é o estímulo dado aos jovens cientistas para serem ambiciosos desde o início de suas carreiras.

“Quem proceder com excesso de cautela na hora de escolher o seu problema provavelmente não será selecionado. Queremos ser parceiros do esforço dos gestores da nossa ciência para que a pesquisa brasileira, que cresceu muito em quantidade nas últimas décadas, aumente também o seu impacto.”

Provar o conceito

Inicialmente, serão selecionados 70 projetos (veja ao lado). Os escolhidos receberão até R$ 100 mil e terão um ano para “provar o conceito” proposto, diz Edgar Zanotto, presidente do Conselho Científico do Serrapilheira e professor da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos). Depois desse período, de 10 a 20 projetos serão contemplados com até R$ 1 milhão.

As propostas terão de ser redigidas em inglês. A seleção inicial será feita de forma anônima por um grupo amplo de pesquisadores brasileiros. Os projetos que ultrapassarem essa etapa serão reanalisados por revisores de universidade estrangeiras e pelos 12 membros do Conselho Científico.

“Metade dos membros são vinculados a universidades do exterior, para reduzir a possibilidade de conflitos de interesse. Ao mesmo tempo são brasileiros, conhecem a realidade do país”, diz Zanotto.

Uma dessas pessoas é a geocientista Cristina P. de Campos, pesquisadora na Universidade de Munique, na Alemanha, onde trabalha há mais de dez anos. Para ela, um ponto importante é o incentivo à liberdade e à criatividade.

“A escolha dos temas do pesquisador no Brasil passou a ser influenciada pelas diretrizes das agências de fomento, deixando muito menos liberdade ao pesquisador”, diz.

Para ela, guardadas as proporções, o edital aproxima um pouco o Brasil da realidade de financiamento da ciência na Alemanha, onde “perseguir grandes questões de interesse nacional, planetário, ou humanitário são diretrizes dos órgãos de fomento”. (Folhapress)

Thais Dutra

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