As frentes de mobilização pretendem na quarta-feira (15), realizar uma paralisação nacional em prol das universidades e institutos federais. Já os reitores das universidades federais se uniram numa chamada Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, para na quinta-feira (16), se reunirem com o ministro da Educação, Abraham Weintrau, para tentar sensibilizá-lo sobre o corte de verbas destinado as instituições.
O ministro Abraham Weintraub, afirmou que o contingenciamento do orçamento das instituições federais de ensino superior foi de3,5% percentual muito menor do que os 30% que o próprio Ministério da Educação (MEC) havia mencionado e que ganhou ampla repercussão e polêmicas.
O reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, afirmou em entrevista a rádio Bandeirantes 820, que a educação tem que ser prioridade e que uma decisão já foi tomada. “Nós tomamos uma decisão que nós vamos manter a universidade funcionando o maior tempo possível. É certo que no período de final de agosto até final de outubro todos os institutos e universidades federais fechem as portas se esse corte não for revertido”, finaliza.
“Estamos falando daquele recurso que vem para as universidades para pagar a conta de energia, de água, a segurança, a limpeza, para manter os laboratórios funcionando, fazer manutenção dos prédios. Desse recurso, que diga-se de passagem já é insuficiente para concluir o ano, nós teremos 30% a menos, então são 30% de cortes de R$ 90 milhões no caso da UFG e em algumas universidades isso foi mais e outras um pouco menos, mas a média foi de 30% de um dinheiro para a gente manter a porta aberta”, completa.
Portas fechadas
O reitor coloca como certo não conseguir manter as portas abertas caso esse corte persista. “É certo que a gente não consegue manter a porta aberta até o final do ano com esse corte. Temos que falar de maneira correta é 30% em cima do orçamento que mantém as universidades. Eu fui reitor por dois mandatos consecutivos de 2006 a 2013 e voltei agora no ano passado e nunca passamos por um corte desse. Não estamos falando de 30% de um corte normal, esse orçamento a quatro anos ele já decrescente”, pontua.
Madureira explica que o que a universidade poderia reduzir de despesas, já foram feitos. “Nós chegaremos a um ponto que vamos ter que interromper o pagamento dos nossos fornecedores e assim eles vão interromper o serviço, é disso que nós estamos falando concretamente. Essa verba de pessoal, não passa pela universidade e nem mesmo pelo MEC, ela vem direto do Ministério do Planejamento para a conta do servidor, esse orçamento até por Lei é protegido. Estamos falando do recurso para custeio da manutenção, o recurso pode ser dividido em duas partes, o custeio e a parte de investimento”, diz.
“A parte de investimento a gente fica até constrangido de falar, a universidade como a UFG que no passado tinha R$ 50 milhões para investir, hoje, tem esse recurso reduzido a R$ 5 milhões. É impossível repor equipamentos, construir salas de aula, construir laboratórios porque, além do orçamento ele foi cortado também”, completa.
O reitor ainda destaca que, todos os atores políticos podem ajudar nesse momento para sensibilizar o MEC. “A gente está fazendo um apelo aos egressos da universidade, é preciso que as pessoas se mobilizem para defender esse que é um dos maiores patrimônio do povo goiano. Estamos falando de 63 universidades federais e 38 institutos federais, todos na mesma condição e nenhum deles termina o ano em funcionamento adequado em função desses cortes”.
Segundo Madureira foi criada uma frente de defesa parlamentar em defesa das universidades e dos institutos federais que conta com mais de 200 deputados. “Os R$ 5 milhões seria para comprar o material permanente, como por exemplo, um microscópio novo, um equipamento novo ou construir um prédio e esse recurso vem decrescendo de 2014 para cá. Eram R$ 90 milhões para custeio, mais R$ 5 milhões de capital e mais R$ 5 milhões de emendas que estavam destinadas para as universidades, aproximadamente R$ 100 milhões”, aponta.