Nesse ano de 2018, o Brasil vive um cenário de incerteza política e eleitoral, na medida em que observa-se uma divisão do eleitorado nas mais recentes pesquisas de intenção de voto. E mais do que nunca, os votos declarados brancos ou nulos se destinados a algum candidato poderia resultar na definição de segundo turno para qualquer candidato. No cenário econômico, o brasileiro se pergunta, o que será do País? Alta do combustível é algo constante, e o dólar na última semana chegou a R$ 4,20 e apresentou a sua maior alta desde o início do plano Real.
O economista, mestre em finanças e coordenador do MBA Perícia e Auditoria Econômico-Financeira do IPOG, Marcus Teodoro considera o cenário conturbado. “O brasil vem de uma recessão econômica de três anos. Com o início do governo Temer, houve uma esperança de melhora, que em prática não demostrou muito efeito. Em seguida temos o caso do dono da JBS, Joesley Batista, que em rede nacional trouxe o despertar sobre a corrupção brasileira e a operação Lava Jato. Em seguida tivemos todos os desgastes da reforma da previdência”.
Mas com o elevado número de denúncias em cima dos políticos brasileiros, e com a prisão do ex-presidente Lula, tivemos mais incertezas no País. “Após a prisão de Lula, e a política começando a clarear, o presidenciável deputado Jair Bolsonaro entra no cenário se destacando. Mas a incerteza bate na porta mais uma vez, com o atentado a facada contra Ele, em Juiz de Fora (MG). Ou seja, tudo isso que aconteceu no Brasil nos últimos quatro anos fez com que o mercado e o consumidor sentissem muito. Enfim, os cenários em constante mudanças afetam o Brasil todo. Os investidores estão receosos com o futuro”, afirma Marcus Teodoro.
O especialista em administração financeira esclarece que o mercado internacional e nacional volta os olhos para o cenário político brasileiro. E para complicar um pouco mais, os Estados Unidos vem aumentando as taxas de juros, como fortalecimento de sua economia. “O título dos americanos na poupança está pagando 2,5%, ao ano, em dólar. Enquanto no Brasil a poupança está pagando 4,2%, ao ano, em real. A diferença é que a moeda americana está em alta em relação a moeda brasileira”.
O coordenador do MBA Perícia e Auditoria Econômico-Financeira do IPOG acredita que se a economia americana continuar em alta, o governo estadunidense irá aumentar mais as taxas de juros. E no Brasil teremos mais pressão econômica sobre o dólar. Mas não pense que o problema está apenas no nosso País. Preocupar com as finanças é problema de todo governo. “O dólar está na frente no mundo todo. Em relação a moeda argentina também houve recorde de alta. O mesmo aconteceu com a Turquia e com países de maior recurso externo. É um cenário de muita cautela para todos”, afirma Marcus Teodoro.
Se você ainda está em dúvida em relação ao seu candidato, uma dica do professor Marcus é ficar atento ao plano econômico. O ano de 2019 promete mais para o País do que os anos anteriores, do governo Dilma e Temer. “Teremos um novo presidente, com um projeto novo e com quatro anos pela frente. Mesmo o mercado tendo esperado mais do presidente. O decreto dos portos e as suspeitas em volta do próprio Temer causam descontentamento e muita incerteza para os investidores”.
Mas para 2019 a tendência do novo presidente para alavancar a economia terá que girar em torno de investimentos, geração de emprego, geração de renda, e aumento da arrecadação. “Também deveremos ter as reformas sonhadas pelo mercado, como a reforma tributária. Nossa contabilidade é muito complexa. Nas universidades gastamos muito tempo ensinando sobre ICMS. São coisas que nos Estados Unidos, por exemplo,um único funcionário faz para uma empresa com 200 funcionários”, completa Marcus Teodoro, especialista em administração financeira e professor do IPOG.
Na visão de Teodoro o arranjo tributário Brasileiro é muito caro e complexo. Cada Estado possui critérios de ICMS. “Isso leva tempo e inibe investimento. Então o próximo governo terá que focar na economia e em mercado. Outro foco que o próximo presidente deverá ter para segurar o país economicamente será na segurança jurídica e econômica para que as empresas aumentem investimentos. Ainda temos muito empresário com o pé no freio com medo do que pode vir pela frente no Brasil”.
“Para valorizarmos a moeda é preciso valorizar a economia”. E apenas com as medidas sugeridas teremos aumento do Produto Interno Bruto (PIB), e isso, no entendimento de Teodoro, só irá acontecer quando o governo brasileiro aumentar a renda, a exportação, gerar empregos e criar investimentos. “Ou seja, devemos fazer o dever de casa para fortificarmos nossa moeda”, assegura.
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