O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) retoma nesta segunda-feira (16) as perícias do pente-fino nos benefícios por incapacidade. Esses exames extras chegaram a ser iniciados em 2016, mas foram interrompidos porque o governo não conseguiu aprovar o pagamento de um bônus aos médicos peritos. No início deste mês, nova medida provisória -que passa a valer antes da votação- permitiu que os exames recomeçassem.
Com a paralisação das perícias em novembro, os segurados convocados pelo INSS ganharam mais tempo para agendar novas consultas médicas e atualizar exames e laudos médicos. Quem tinha exame agendado de 4 de novembro até esta segunda (16) ganhou um tempo extra, pois essas perícias ainda serão reagendadas.
O advogado previdenciário Rômulo Saraiva explica que é muito comum o médico não incluir no laudo a estimativa da duração da incapacidade. “Os médicos não dizem se a incapacidade é por tempo indeterminado ou por 60 ou 90 dias. Também não falam, muitas vezes, se a incapacidade é total e definitiva. Isso pode ajudar se a pessoa tem direito a auxílio-doença ou auxílio-acidente”, explica.
O segurado, por sua vez, não cobra essas informações por não achar que são importantes. Para o perito, devem ser entregues todos os documentos relacionados à doença, porém, o mais importante é o laudo. Quanto mais detalhado, maiores a chances de o perito concluir o mesmo que o médico e manter o afastamento.
A intenção do governo é conseguir cortar 30% dos auxílios-doença pagos há mais de dois anos, e 5% das aposentadorias por invalidez.
O alvo do pente-fino são segurados que não passaram por perícia nesse período.
Na primeira fase da revisão, que analisou os benefícios mais antigos e de segurados mais jovens, 8.442 auxílios-doença foram cancelados por algum tipo de irregularidade na concessão, o equivalente a 77,49% das perícias realizadas.
Os demais segurados foram encaminhados à reabilitação profissional ou tiveram o seu benefício transformado em uma aposentadoria por invalidez.
Alvos do governo
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Folhapress